Se alguém me perguntar o que é a ayahuasca, eu digo que não sei.
Alguém sabe, de fato, explicar o que é a ayahuasca?
“Um chá que é o produto da decocção do cipó Banisteriopsis caapi e da folha Psychotria viridis.”
Isso explica o que é a ayahuasca?
Se ainda continuarmos a falar das suas propriedades químicas e das suas reações no nosso organismo, isso seria, ainda, o suficiente para entendermos o que é a ayahuasca?
Se ainda perguntássemos aos mais doutos o que é a ayahuasca, eles não conseguiriam responder o que ela é.
A ayahuasca está dentro do domínio da nossa linguagem?
Qual é a linguagem que permeia isso que é a ayahuasca?
Uma linguagem espiritual?
Se é espiritual, será que damos conta de traduções para o que é espiritual?
Eu sei que o seu terreno é o terreno do místico (mysτιkός, em grego, mudo).
O místico é aquilo sobre o qual não existe palavra.
Em contrapartida, podemos senti-lo, de alguma forma.
Então, eu lembro das palavras de Clarice Lispector:
“Não se preocupe em entender,
Viver ultrapassa todo entendimento.(...)
Mergulhe no que você não conhece
Como eu mergulhei”.
No entanto, se tivéssemos a possibilidade de nos encontrarmos com o mestre Irineu e perguntássemos:
- Então mestre, o que é a ayahuasca?
É muito possível que ele, dentro da sua simplicidade, seria o que mais se aproximaria de uma resposta sobre o que ela é.
Porque a linguagem da ayahuasca é uma linguagem do sentimento, do amor, - outro mistério.
O trabalho de abertura do Sagrado CORAÇÃO da África tem como tema central a ayahuasca, mas está menos ligado com as questões relativas ao conhecimento sobre o que é a ayahuasca e mais com os sentimentos que a envolvem, com aquilo que está relacionado ao nosso coração.
O coração é a ponte para o sagrado. É a ponte que nos conduz para a vivência do sagrado.
A África é o símbolo de um retorno para o sagrado que existe em nós, pois a África é a nossa mãe. Quando, pois, estamos mais perto daquilo que nos ama completamente? Quando estamos dentro do ventre da nossa mãe. É preciso voltar ao contato com o sentimento materno para revivenciarmos o amor. A mãe é o nosso mais próximo e mais vivo símbolo do amor.
Eu vos convido a vivenciar esse mistério. Mistério envolto dessa feminilidade.
A ayahuasca será o instrumento para ativarmos o nosso coração para estabelecermos essa conexão entre o Sagrado e a África, entre o Sagrado e o materno.
Eu vos convido a mergulharem nesse desconhecido em que o que menos importa é o conhecimento e o que mais importa é o sentimento. Lembrando o apóstolo Paulo que nos diz:
“Ainda que eu fale a língua dos homens e dos anjos,
Se não tiver amor (...)” eu nunca saberei o que é a ayahuasca, eu nunca saberei o que é o Sagrado.
“Ainda que eu tenha fé de transportar montanhas, se não tiver amor (...)” eu nunca saberei o que é a ayahuasca, eu nunca saberei o que é o sagrado.
quarta-feira, 31 de março de 2010
segunda-feira, 29 de março de 2010
Reposta de Brian Anderson para Revista Época
Sou estudante de medicina na Stanford University e pesquisador do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos (www.neip.info). Não sou membro de qualquer religião ou seita que use a ayahuasca, mas tenho pesquisado este campo de novos movimentos religiosos já há alguns anos e tenho participado dos rituais de diferentes religiões ayahuasqueiras.
Primeiro, parabéns por ter feito uma reportagem com tantos detalhes corretos sobre as diferentes religiões, incluindo as linhas dos diferentes grupos – algo que muitas vezes é descrito de forma inadequada, misturando a UDV com o Daime ou Alto Santo com o Cefluris.
Mas escrevo principalmente para dizer que sou contra esta capa que indaga se “O daime provocou o crime?” O que quer dizer isso? Que a doutrina do Daime apoia a violência? Que o Glauco, o líder local do Daime antes da sua morte, provocou o seu próprio assassinato? Teria sido outra coisa perguntar se as religiões ayahuasqueiras estão suficientemente controladas, ou por si mesmas ou pelo governo – e isso parece ser a pergunta chave no final do artigo -; mas sugerir através desta pergunta se o daime (ou a religião ou a bebida) provocou um homicídio, sem contexto, é um insulto aos milhares de seguidores das várias linhas do Santo Daime que já sofrem demais da marginalização por suas crenças religiosas.
O maior problema não é se os seguidores do Santo Daime vão sentir-se atacados pelo artigo, mas é que o Brasil sofre de uma epidemia do abuso e tráfico de substâncias ilícitas. Esta epidemia só é reforçada quando os grupos que visam usar certas drogas, como o daime, de forma controlada e segura, têm que enfrentar uma mídia popular que vende histórias sensacionalistas sobre o mal que as drogas trazem em vez de qualificar como estas drogas interagem com outros elementos do contexto. Por exemplo, sabemos que substâncias psicodélicas como o daime podem piorar o estado mental dos esquizofrênicos (como o artigo diz), mas eu não vi nenhuma menção ao fato de que é muito comum que os sintomas da esquizofrenia piorem entre os jovens de 18 a 25 anos, sem tomar qualquer substância, especialmente entre jovens cujos parentes têm uma história de distúrbios mentais, como é o caso do Cadu.
Enfim, grato por ter indagado por que a tragédia da morte do Glauco ocorreu e o que talvez possamos fazer para prevenir outro acontecimento assim, mas, na verdade, a matéria não ajudou o enfocar tanto o papel de uma droga num caso tão complexo como esse – que inclui a ausência de uma família orientadora, o uso de outras drogas mas sem evidências que foram usadas ao mesmo tempo em que o daime — como o desafio que muitas destas religiões enfrentam ao saber que se fecham as portas aos que buscam alívio, talvez estejam fechando a última porta que essas pessoas têm.
Sinceramente,
Brian Anderson
Primeiro, parabéns por ter feito uma reportagem com tantos detalhes corretos sobre as diferentes religiões, incluindo as linhas dos diferentes grupos – algo que muitas vezes é descrito de forma inadequada, misturando a UDV com o Daime ou Alto Santo com o Cefluris.
Mas escrevo principalmente para dizer que sou contra esta capa que indaga se “O daime provocou o crime?” O que quer dizer isso? Que a doutrina do Daime apoia a violência? Que o Glauco, o líder local do Daime antes da sua morte, provocou o seu próprio assassinato? Teria sido outra coisa perguntar se as religiões ayahuasqueiras estão suficientemente controladas, ou por si mesmas ou pelo governo – e isso parece ser a pergunta chave no final do artigo -; mas sugerir através desta pergunta se o daime (ou a religião ou a bebida) provocou um homicídio, sem contexto, é um insulto aos milhares de seguidores das várias linhas do Santo Daime que já sofrem demais da marginalização por suas crenças religiosas.
O maior problema não é se os seguidores do Santo Daime vão sentir-se atacados pelo artigo, mas é que o Brasil sofre de uma epidemia do abuso e tráfico de substâncias ilícitas. Esta epidemia só é reforçada quando os grupos que visam usar certas drogas, como o daime, de forma controlada e segura, têm que enfrentar uma mídia popular que vende histórias sensacionalistas sobre o mal que as drogas trazem em vez de qualificar como estas drogas interagem com outros elementos do contexto. Por exemplo, sabemos que substâncias psicodélicas como o daime podem piorar o estado mental dos esquizofrênicos (como o artigo diz), mas eu não vi nenhuma menção ao fato de que é muito comum que os sintomas da esquizofrenia piorem entre os jovens de 18 a 25 anos, sem tomar qualquer substância, especialmente entre jovens cujos parentes têm uma história de distúrbios mentais, como é o caso do Cadu.
Enfim, grato por ter indagado por que a tragédia da morte do Glauco ocorreu e o que talvez possamos fazer para prevenir outro acontecimento assim, mas, na verdade, a matéria não ajudou o enfocar tanto o papel de uma droga num caso tão complexo como esse – que inclui a ausência de uma família orientadora, o uso de outras drogas mas sem evidências que foram usadas ao mesmo tempo em que o daime — como o desafio que muitas destas religiões enfrentam ao saber que se fecham as portas aos que buscam alívio, talvez estejam fechando a última porta que essas pessoas têm.
Sinceramente,
Brian Anderson
A Hoasca na recuperação da dignidade humana
Apresentação na mesa redonda “Os usos da ayahuasca: aspectos religiosos, antropológicos e científicos”. Sexto Movimento pela Vida, Centro de Ensino Médio, Palmas.
Bom dia. Minha contribuição nessa mesa será falar sobre o povo da rua. como usamos a Hoasca para a recuperação de moradores de rua. Mas antes de começar propriamente, quero externar minha gratidão pelo convite de participar dessa mesa. Hoje pela manhã, quando a gente estava saindo do hotel e vindo para cá, aconteceu uma coisa engraçada, simpática. Nós entramos na van e todos que estavam lá eram da mesa. Aí, a Bia com esse jeito menina dela começou a exclamar: “Oba! Agora é a nossa festa! Que legal! Chegou nossa vez! Vamos reunir o povo ayahuasqueiro!”. E estou me sentindo meio assim. [risadas]. Bom, não é? Fiquei sabendo que iria encontrar com o Helinho [Hélio Gonçalves], que faz parte da minha história também. Quando comecei lá pelos idos de 82, vim a conhecer um Mestre da União do Vegetal que ainda hoje reverencio, com muito respeito, o Bartolomeu e na época o Hélio também vivia aqui com o Mestre Bartolomeu. Fizemos uma viagem juntos para a floresta, foi memorável. Está gravado cena por cena no meu coração.
Passei uma época, anos importantes da minha vida, na União do Vegetal. Cheguei a ser Mestre lá e é um lugar por onde nutro uma grande simpatia.
A associação que faço parte se chama ABLUSA, Associação Beneficente Luz de Salomão. Continuo seguindo os mesmos mestres, Salomão, Mestre Gabriel, mas fiquei um tempo sem beber o chá. Estava mais envolvido com essa luta da espiritualidade e da liberdade social, que foram minhas bandeiras durante a vida inteira e ainda são, mas comecei a sentir falta realmente de me engajar novamente em um movimento religioso e espiritual, vamos dizer assim. Eu tinha um grupo que trabalhava na rua que começou no consultório. Como fui apresentado aqui, sou psiquiatra. Numa certa época, começaram a aparecer muitas pessoas com depressão no meu consultório. Então nós criamos um projeto que tinha uma brincadeira com as palavras, trocar o “doer” pelo “doar”: Pegávamos aquelas pessoas deprimidas e íamos para o centro de São Paulo levar arte para moradores de rua. Levar arte de maneira geral: Desenho, canto, teatro… Tudo começou assim, com um grupo de pacientes. A coisa foi andando, evoluindo, crescendo, a brincadeira foi tomando gosto. Naquela época, tinha parado de beber o vegetal na União do Vegetal e comecei a beber de novo por minha conta, sozinho. Eu e minha companheira. Tinha ficado dois anos sem beber o chá, e aí fui lembrando de novo…. Tenho vinte e três anos de hoasqueiro, sendo dois desses sem beber, logo que saí da União do Vegetal. Quando bebi de volta falei: “Nossa, como é que fiquei sem beber esse chá?!”. Os hoasqueiros aqui sabem do que estou falando. Quando agente fica um tempo sem beber e volta, fala: “Como é que posso viver sem isso? Que lucidez! Quanta ficha! Como sou burro sem isso!”. Uma vez um amigo psiquiatra me perguntou: “Isso é coisa de maluco, não? Não preciso de chá nenhum para falar com Deus!”, e então falei para ele: “Eu também não, falo com Deus toda hora, agora para Ele falar comigo, ou pelo menos para entender o que Ele fala preciso beber o chá”. [risadas] Falo com Ele toda hora, aliás, falo cada besteira… [Aplausos].
Bom, o fato é que bebi de novo, foi um presente de um amigo, um irmão daimista que me deu uma garrafa de daime. Bebi com a minha mulher e lembrei quem era e o que tinha que fazer – estava “dormindo”! E como já estava com esse trabalho na rua… A gente sabe, quando a gente bebe e recebe isso dentro da Força sabemos – ainda que fique meio esquisito dizer: “Recebi uma mensagem para montar esse trabalho”, mas recebi mesmo! [risadas] É verdade. Não tem esse caráter assim solene porque é simples, porque quando Deus fala com a gente é muito simples mesmo. Fala assim na boa mesmo. E aí nós começamos a nos juntar com um grupo de pioneiros que chamo os “carregadores de piano” , aqueles “bandeirantes”, sabe? Tem gente de tudo quanto é tipo, gosto daquele tipo de gente que desbrava caminhos, que mete a cabeça, é um tipo de tribo da qual faço parte. Junto com mais meia dúzia de “malucos” desse jeito nós começamos a trazer a espiritualidade através hoasca para moradores de rua.
A idéia de uma pessoa que tem um padrão vibratório de obscuridade, de sujeira, de miséria na acepção mais ampla da palavra, porque lhe falta tudo, inclusive a dignidade, receber um instrumento como a Hoasca, que é de um alto grau vibratório, é algo muito interessante. Já tinha sido durante anos psiquiatra de usuários de drogas, então achava que estava pronto. Quando cheguei na rua, pude ver a beleza do trabalho que tinha para ser feito ali. Trazer pessoas que vivem na mais alta ou na mais baixa escuridão para a luz, para a consciência, para o resgate da dignidade da vida. Nesses anos todos de militância na pesquisa do ser humano, não tinha achado nada mais eficiente do que esse veículo, essa ferramenta, sobre a qual estamos conversando hoje aqui, a Hoasca. Não tinha achado nada mais eficiente para colocar uma pessoa em contato com ele mesmo e ao mesmo tempo em contato com o sagrado do que esse chá. Mas não é só o chá. Vocês ouviram um pouco aqui, vão ouvir mais, que o contexto ritualístico é muito importante. Porque não é só beber chá, o chá é um veículo. O veículo sem um piloto não leva a lugar nenhum; pelo contrário, posso dar até uma Ferrari na mão de uma pessoa, mas se ela não sabe dirigir não sai da primeira marcha e ainda diz: “Que amarrado esse carrinho vermelho que você me deu, né?!”, e a pessoa está com uma Ferrari na mão. Percebi que não adiantava simplesmente dar o chá para estas pessoas. Assim como tinha aprendido na União do Vegetal, isso tinha que ser feito dentro de um contexto ritualístico, sério, e bem fundamentado. E me fiz valer daquilo que tinha aprendido em mais de doze anos dentro do ritual União do Vegetal.
Como nós acabamos lidando com uma população muito específica, o morador de rua, de repente comecei a receber certas chamadas, ícaros, hinos – cada tradição tem um nome, da tradição de onde venho são as ‘chamadas’, para situações específicas. Muito bonitas e muito fortes. Uma experiência muito interessante que até então não tinha tido, pois até então tinha estudado as chamadas que o Mestre Gabriel e os Mestres antigos que tinham convivido com o Mestre tinham recebido. De repente, passei a receber diretamente essas chamadas, numa experiência fantástica! Porque não passa pelo ego, pela invencionice, pela composição. Passa por uma coisa que vem de dentro. E para um psiquiatra isso é muito parecido com um delírio. “Meu Deus do Céu, que coisa esquisita, da onde vem vindo essa música? Da onde vem vindo essa sabedoria?”. E, apesar de estar vindo pela sua boca, a impressão que dá é que não é tua. Ou que é tua, mas não estava acessível até um minuto atrás. E você percebe que aquela ferramenta veio exclusivamente para ser usada naquele momento ou naquela oportunidade, para aquela finalidade – o que a diferencia de uma coisa do ego, da vontade. Aquilo do ego e da vontade é porque eu quero. A coisa de receber dentro da força é pela necessidade, porque precisa. E viver essa experiência, que até então tinha sido teórica para mim. Tudo, tudo que fiz até agora, que foi feito até agora já valeu. Daqui para frente é só lucro.
Nós estamos com um trabalho ainda no início. Nesse momento, estamos montando uma clínica de recuperação de dependentes químicos da rua, junto ao nosso templo em Mogi das Cruzes, no alto da serra, no meio de uma mata linda, maravilhosa. Esse trabalho passou a ser um filho. Passou a preencher minha vida de uma maneira muito especial. Hoje sobrevivo como consultor de empresas, com viagens pelo Brasil inteiro, me sustento. Com isso, pude voltar a fazer medicina por amor. A cura pelo amor, sem estar envolvido com a energia monetária. E isto é sem dúvida um privilégio, você poder trabalhar com a cura, com a espiritualidade, e com o amor sem energia monetária, e esse trabalho me deu essa oportunidade. Pude voltar a cuidar de pacientes psiquiátricos, mas sobre uma outra vertente, com uma outra medicina, e com uma outra moeda permeando essa troca. Esse trabalho tomou uma dimensão especial na minha vida, é realmente hoje um grande filho, que me ocupa um bocado de tempo.
Temos esse sonho de fazer 360 graus nessa abordagem com o morador de rua: acolhê-lo, recebê-lo, curá-lo, treiná-lo, inseri-lo, e despedi-lo. Nós não pretendemos ser mais uma organização assistencialista, mas sim uma escola de transformação humana. E, junto ao povo da rua, fazer uma escola de evolução de pessoas como nós que estamos aqui. Houve uma época que a gente levava sopa nas ruas de São Paulo, e uma vez encontrei um colega meu trotskquista do tempo de militância política que me falou: “-O que é isso companheiro? -Você era um grande militante e agora virou assistencialista?”. Falei: “Claro que não! Essa sopa é só para aglutinar as pessoas, para elas estarem aqui”. E trabalho com o morador de rua é para aglutinar pessoas como nós. Para trabalhar o próprio desenvolvimento. E a primeira coisa que falamos no nosso trabalho é que não pode ter aquele olhar de superioridade, de cima para baixo, para com o morador de rua. É o olhar do mesmo tamanho. E agradecer porque estamos tendo uma oportunidade de nos conhecer, através do trabalho com eles.
Teve um determinado momento que nós passamos um tanto de apuros, e tive vontade de desistir desse trabalho. Questionei: “O quê que eu estou fazendo aqui?”, “Porque que não volto para a União do Vegetal, onde só tenho amigos, a porta está aberta e tal? Porque que não volto para lá e vou beber o Vegetal com meus irmãos onde comecei e fico aqui perdendo tempo com essa cambada de cascudos?”. Já tivemos sessões em que o irmão ficou pelado, gritando e rolando pelo chão. Cada sessão que se meus irmãos da União do Vegetal soubessem diriam: “Esse cara é doido. Como é que ele faz um negócio desse?”.
Passei por situações muito delicadas, fui agredido. A pessoa alucinada, não pelo chá que bebeu, mas pela doença mental que tem dentro dela de anos e anos na rua, querer reagir àquela luz de uma maneira agressiva e querer me agredir no meio de uma sessão. E aí, uma chamada aparece e derruba a pessoa, ela fica sentada no chão, parada e estatelada, e a partir daquela chamada, que eu mesmo nunca tinha ouvido na vida, a pessoa diz assim: “Daqui pra frente eu só quero beber da fonte. Chega de beber água suja”. E vira um ex-morador de rua. Coisas terríveis aconteceram, mas coisas maravilhosas também. As terríveis existem e viram piadas depois que passam – depois que acontecem são até engraçadas. Mas, na época, na hora, no momento, é só mesmo ter muita confiança no Mestre e dizer assim: “Se estou aqui, fazendo isso, é porque tu me colocaste aqui, então, TVN”. “TVN” é uma técnica de terapia muito especial, se vocês não conhecem precisam conhcer: TVN é: ‘Te Vira Negão!’ [risadas]…. Dá o teu jeito… Muitas e muitas vezes disse isso para o Mestre: “Mestre, dá o teu jeito! Não estou podendo, mas algo tem que ser feito!”. E por incrível que pareça, uma chamada certa, na tonalidade certa, do jeito certo, coloca ordem no campinho. Mas é preciso ter confiança e coragem.
Uma vez, num trabalho de cura do Daime, ouvi um hino que achei bem legal, que dizia assim: “E se sair correndo é pior para você”. Achei aquilo fantástico! Aliás, os hinos do Daime têm cada pérola. É assim, não tem para onde correr. Chama, pede, deixa o pau torar, e sai do outro lado voando porque é o seguinte: nós podemos escapar de qualquer situação, podemos escapar do Mestre, do padrinho, podemos escapar do terapeuta, do chefe, do pai, mas não podemos escapar de nós mesmos. Aí não dá. Então o chá é também um grande veículo de encontro consigo mesmo. E é dentro de uma experiência de êxtase como essa que uma pessoa que vive na rua pode encontrar com Deus do lado de dentro das suas costelas. E pode então resgatar sua dignidade, reconhecer-se como um filho do Sol, um filho da Luz, e re-assumir a sua digna missão de ser humano.
Grato.
(Aplausos)
Apresentação transcrita pelo biólogo Rafael Guimarães dos Santos, estudioso das religiões ayahuasqueiras (banisteria@pop.com.br), editada por Maria Clara Rebel pesquisadora do tema psicoativos/religiões e mestra em Psicologia Social pela UERJ (clararebel@yahoo.com.br) e depois submetida à apreciação do autor.
—————–
(*) Médico psiquiatra, psicoterapeuta, conferencista, consultor de empresas na área de desenvolvimento humano, diretor do Instituto Hermes de Transformação Humana. Vem há anos trabalhando com empresas privadas e estatais, instituições de ensino, hospitais, treinando pessoal, dando palestras e dirigindo vivências.
(**) A antropóloga Bia Labate prestou uma consultoria para o Sexto Movimento pela Vida para a organização desta mesa redonda, composta por:
Mediadora: Bia Labate – antropóloga – (SP) (bia_labate@yahoo.com.br)
1. Ovídio Octavio Pamplona Lobato – médico neurologista – (PA) (ipadma1@ig.com.br)
2. Edmir Oliveira – Dirigente da Barquinha – (DF) (edmiroliveira@ibest.com.br)
4. Helio Gonçalves – médico e dirigente da UDV – (GO) (demec@udv.org.br)
3. Wilson Gonzaga – médico psiquiatra e dirigente da ABLUSA – Associação Beneficente Luz de Salomão – (SP) (wgonzaga@institutohermes.com.br)
5. Paulo Roberto Souza e Silva – Dirigente do Santo Daime – (RJ) (ceflusmme@aol.com)
6. Rogério Moacir Cunha – dirigente da Escola de Comunhão da Ayahuasca Mística Universal (TO) (rogemcunha@yahoo.com.br)
7. Leopardo Yawabane Huni Kuin – estudante do nishi- pae (ayahuasca) Huni Kuin (Kaxinawá) – (AC/SP) (yawabane@terra.com.br)
Bom dia. Minha contribuição nessa mesa será falar sobre o povo da rua. como usamos a Hoasca para a recuperação de moradores de rua. Mas antes de começar propriamente, quero externar minha gratidão pelo convite de participar dessa mesa. Hoje pela manhã, quando a gente estava saindo do hotel e vindo para cá, aconteceu uma coisa engraçada, simpática. Nós entramos na van e todos que estavam lá eram da mesa. Aí, a Bia com esse jeito menina dela começou a exclamar: “Oba! Agora é a nossa festa! Que legal! Chegou nossa vez! Vamos reunir o povo ayahuasqueiro!”. E estou me sentindo meio assim. [risadas]. Bom, não é? Fiquei sabendo que iria encontrar com o Helinho [Hélio Gonçalves], que faz parte da minha história também. Quando comecei lá pelos idos de 82, vim a conhecer um Mestre da União do Vegetal que ainda hoje reverencio, com muito respeito, o Bartolomeu e na época o Hélio também vivia aqui com o Mestre Bartolomeu. Fizemos uma viagem juntos para a floresta, foi memorável. Está gravado cena por cena no meu coração.
Passei uma época, anos importantes da minha vida, na União do Vegetal. Cheguei a ser Mestre lá e é um lugar por onde nutro uma grande simpatia.
A associação que faço parte se chama ABLUSA, Associação Beneficente Luz de Salomão. Continuo seguindo os mesmos mestres, Salomão, Mestre Gabriel, mas fiquei um tempo sem beber o chá. Estava mais envolvido com essa luta da espiritualidade e da liberdade social, que foram minhas bandeiras durante a vida inteira e ainda são, mas comecei a sentir falta realmente de me engajar novamente em um movimento religioso e espiritual, vamos dizer assim. Eu tinha um grupo que trabalhava na rua que começou no consultório. Como fui apresentado aqui, sou psiquiatra. Numa certa época, começaram a aparecer muitas pessoas com depressão no meu consultório. Então nós criamos um projeto que tinha uma brincadeira com as palavras, trocar o “doer” pelo “doar”: Pegávamos aquelas pessoas deprimidas e íamos para o centro de São Paulo levar arte para moradores de rua. Levar arte de maneira geral: Desenho, canto, teatro… Tudo começou assim, com um grupo de pacientes. A coisa foi andando, evoluindo, crescendo, a brincadeira foi tomando gosto. Naquela época, tinha parado de beber o vegetal na União do Vegetal e comecei a beber de novo por minha conta, sozinho. Eu e minha companheira. Tinha ficado dois anos sem beber o chá, e aí fui lembrando de novo…. Tenho vinte e três anos de hoasqueiro, sendo dois desses sem beber, logo que saí da União do Vegetal. Quando bebi de volta falei: “Nossa, como é que fiquei sem beber esse chá?!”. Os hoasqueiros aqui sabem do que estou falando. Quando agente fica um tempo sem beber e volta, fala: “Como é que posso viver sem isso? Que lucidez! Quanta ficha! Como sou burro sem isso!”. Uma vez um amigo psiquiatra me perguntou: “Isso é coisa de maluco, não? Não preciso de chá nenhum para falar com Deus!”, e então falei para ele: “Eu também não, falo com Deus toda hora, agora para Ele falar comigo, ou pelo menos para entender o que Ele fala preciso beber o chá”. [risadas] Falo com Ele toda hora, aliás, falo cada besteira… [Aplausos].
Bom, o fato é que bebi de novo, foi um presente de um amigo, um irmão daimista que me deu uma garrafa de daime. Bebi com a minha mulher e lembrei quem era e o que tinha que fazer – estava “dormindo”! E como já estava com esse trabalho na rua… A gente sabe, quando a gente bebe e recebe isso dentro da Força sabemos – ainda que fique meio esquisito dizer: “Recebi uma mensagem para montar esse trabalho”, mas recebi mesmo! [risadas] É verdade. Não tem esse caráter assim solene porque é simples, porque quando Deus fala com a gente é muito simples mesmo. Fala assim na boa mesmo. E aí nós começamos a nos juntar com um grupo de pioneiros que chamo os “carregadores de piano” , aqueles “bandeirantes”, sabe? Tem gente de tudo quanto é tipo, gosto daquele tipo de gente que desbrava caminhos, que mete a cabeça, é um tipo de tribo da qual faço parte. Junto com mais meia dúzia de “malucos” desse jeito nós começamos a trazer a espiritualidade através hoasca para moradores de rua.
A idéia de uma pessoa que tem um padrão vibratório de obscuridade, de sujeira, de miséria na acepção mais ampla da palavra, porque lhe falta tudo, inclusive a dignidade, receber um instrumento como a Hoasca, que é de um alto grau vibratório, é algo muito interessante. Já tinha sido durante anos psiquiatra de usuários de drogas, então achava que estava pronto. Quando cheguei na rua, pude ver a beleza do trabalho que tinha para ser feito ali. Trazer pessoas que vivem na mais alta ou na mais baixa escuridão para a luz, para a consciência, para o resgate da dignidade da vida. Nesses anos todos de militância na pesquisa do ser humano, não tinha achado nada mais eficiente do que esse veículo, essa ferramenta, sobre a qual estamos conversando hoje aqui, a Hoasca. Não tinha achado nada mais eficiente para colocar uma pessoa em contato com ele mesmo e ao mesmo tempo em contato com o sagrado do que esse chá. Mas não é só o chá. Vocês ouviram um pouco aqui, vão ouvir mais, que o contexto ritualístico é muito importante. Porque não é só beber chá, o chá é um veículo. O veículo sem um piloto não leva a lugar nenhum; pelo contrário, posso dar até uma Ferrari na mão de uma pessoa, mas se ela não sabe dirigir não sai da primeira marcha e ainda diz: “Que amarrado esse carrinho vermelho que você me deu, né?!”, e a pessoa está com uma Ferrari na mão. Percebi que não adiantava simplesmente dar o chá para estas pessoas. Assim como tinha aprendido na União do Vegetal, isso tinha que ser feito dentro de um contexto ritualístico, sério, e bem fundamentado. E me fiz valer daquilo que tinha aprendido em mais de doze anos dentro do ritual União do Vegetal.
Como nós acabamos lidando com uma população muito específica, o morador de rua, de repente comecei a receber certas chamadas, ícaros, hinos – cada tradição tem um nome, da tradição de onde venho são as ‘chamadas’, para situações específicas. Muito bonitas e muito fortes. Uma experiência muito interessante que até então não tinha tido, pois até então tinha estudado as chamadas que o Mestre Gabriel e os Mestres antigos que tinham convivido com o Mestre tinham recebido. De repente, passei a receber diretamente essas chamadas, numa experiência fantástica! Porque não passa pelo ego, pela invencionice, pela composição. Passa por uma coisa que vem de dentro. E para um psiquiatra isso é muito parecido com um delírio. “Meu Deus do Céu, que coisa esquisita, da onde vem vindo essa música? Da onde vem vindo essa sabedoria?”. E, apesar de estar vindo pela sua boca, a impressão que dá é que não é tua. Ou que é tua, mas não estava acessível até um minuto atrás. E você percebe que aquela ferramenta veio exclusivamente para ser usada naquele momento ou naquela oportunidade, para aquela finalidade – o que a diferencia de uma coisa do ego, da vontade. Aquilo do ego e da vontade é porque eu quero. A coisa de receber dentro da força é pela necessidade, porque precisa. E viver essa experiência, que até então tinha sido teórica para mim. Tudo, tudo que fiz até agora, que foi feito até agora já valeu. Daqui para frente é só lucro.
Nós estamos com um trabalho ainda no início. Nesse momento, estamos montando uma clínica de recuperação de dependentes químicos da rua, junto ao nosso templo em Mogi das Cruzes, no alto da serra, no meio de uma mata linda, maravilhosa. Esse trabalho passou a ser um filho. Passou a preencher minha vida de uma maneira muito especial. Hoje sobrevivo como consultor de empresas, com viagens pelo Brasil inteiro, me sustento. Com isso, pude voltar a fazer medicina por amor. A cura pelo amor, sem estar envolvido com a energia monetária. E isto é sem dúvida um privilégio, você poder trabalhar com a cura, com a espiritualidade, e com o amor sem energia monetária, e esse trabalho me deu essa oportunidade. Pude voltar a cuidar de pacientes psiquiátricos, mas sobre uma outra vertente, com uma outra medicina, e com uma outra moeda permeando essa troca. Esse trabalho tomou uma dimensão especial na minha vida, é realmente hoje um grande filho, que me ocupa um bocado de tempo.
Temos esse sonho de fazer 360 graus nessa abordagem com o morador de rua: acolhê-lo, recebê-lo, curá-lo, treiná-lo, inseri-lo, e despedi-lo. Nós não pretendemos ser mais uma organização assistencialista, mas sim uma escola de transformação humana. E, junto ao povo da rua, fazer uma escola de evolução de pessoas como nós que estamos aqui. Houve uma época que a gente levava sopa nas ruas de São Paulo, e uma vez encontrei um colega meu trotskquista do tempo de militância política que me falou: “-O que é isso companheiro? -Você era um grande militante e agora virou assistencialista?”. Falei: “Claro que não! Essa sopa é só para aglutinar as pessoas, para elas estarem aqui”. E trabalho com o morador de rua é para aglutinar pessoas como nós. Para trabalhar o próprio desenvolvimento. E a primeira coisa que falamos no nosso trabalho é que não pode ter aquele olhar de superioridade, de cima para baixo, para com o morador de rua. É o olhar do mesmo tamanho. E agradecer porque estamos tendo uma oportunidade de nos conhecer, através do trabalho com eles.
Teve um determinado momento que nós passamos um tanto de apuros, e tive vontade de desistir desse trabalho. Questionei: “O quê que eu estou fazendo aqui?”, “Porque que não volto para a União do Vegetal, onde só tenho amigos, a porta está aberta e tal? Porque que não volto para lá e vou beber o Vegetal com meus irmãos onde comecei e fico aqui perdendo tempo com essa cambada de cascudos?”. Já tivemos sessões em que o irmão ficou pelado, gritando e rolando pelo chão. Cada sessão que se meus irmãos da União do Vegetal soubessem diriam: “Esse cara é doido. Como é que ele faz um negócio desse?”.
Passei por situações muito delicadas, fui agredido. A pessoa alucinada, não pelo chá que bebeu, mas pela doença mental que tem dentro dela de anos e anos na rua, querer reagir àquela luz de uma maneira agressiva e querer me agredir no meio de uma sessão. E aí, uma chamada aparece e derruba a pessoa, ela fica sentada no chão, parada e estatelada, e a partir daquela chamada, que eu mesmo nunca tinha ouvido na vida, a pessoa diz assim: “Daqui pra frente eu só quero beber da fonte. Chega de beber água suja”. E vira um ex-morador de rua. Coisas terríveis aconteceram, mas coisas maravilhosas também. As terríveis existem e viram piadas depois que passam – depois que acontecem são até engraçadas. Mas, na época, na hora, no momento, é só mesmo ter muita confiança no Mestre e dizer assim: “Se estou aqui, fazendo isso, é porque tu me colocaste aqui, então, TVN”. “TVN” é uma técnica de terapia muito especial, se vocês não conhecem precisam conhcer: TVN é: ‘Te Vira Negão!’ [risadas]…. Dá o teu jeito… Muitas e muitas vezes disse isso para o Mestre: “Mestre, dá o teu jeito! Não estou podendo, mas algo tem que ser feito!”. E por incrível que pareça, uma chamada certa, na tonalidade certa, do jeito certo, coloca ordem no campinho. Mas é preciso ter confiança e coragem.
Uma vez, num trabalho de cura do Daime, ouvi um hino que achei bem legal, que dizia assim: “E se sair correndo é pior para você”. Achei aquilo fantástico! Aliás, os hinos do Daime têm cada pérola. É assim, não tem para onde correr. Chama, pede, deixa o pau torar, e sai do outro lado voando porque é o seguinte: nós podemos escapar de qualquer situação, podemos escapar do Mestre, do padrinho, podemos escapar do terapeuta, do chefe, do pai, mas não podemos escapar de nós mesmos. Aí não dá. Então o chá é também um grande veículo de encontro consigo mesmo. E é dentro de uma experiência de êxtase como essa que uma pessoa que vive na rua pode encontrar com Deus do lado de dentro das suas costelas. E pode então resgatar sua dignidade, reconhecer-se como um filho do Sol, um filho da Luz, e re-assumir a sua digna missão de ser humano.
Grato.
(Aplausos)
Apresentação transcrita pelo biólogo Rafael Guimarães dos Santos, estudioso das religiões ayahuasqueiras (banisteria@pop.com.br), editada por Maria Clara Rebel pesquisadora do tema psicoativos/religiões e mestra em Psicologia Social pela UERJ (clararebel@yahoo.com.br) e depois submetida à apreciação do autor.
—————–
(*) Médico psiquiatra, psicoterapeuta, conferencista, consultor de empresas na área de desenvolvimento humano, diretor do Instituto Hermes de Transformação Humana. Vem há anos trabalhando com empresas privadas e estatais, instituições de ensino, hospitais, treinando pessoal, dando palestras e dirigindo vivências.
(**) A antropóloga Bia Labate prestou uma consultoria para o Sexto Movimento pela Vida para a organização desta mesa redonda, composta por:
Mediadora: Bia Labate – antropóloga – (SP) (bia_labate@yahoo.com.br)
1. Ovídio Octavio Pamplona Lobato – médico neurologista – (PA) (ipadma1@ig.com.br)
2. Edmir Oliveira – Dirigente da Barquinha – (DF) (edmiroliveira@ibest.com.br)
4. Helio Gonçalves – médico e dirigente da UDV – (GO) (demec@udv.org.br)
3. Wilson Gonzaga – médico psiquiatra e dirigente da ABLUSA – Associação Beneficente Luz de Salomão – (SP) (wgonzaga@institutohermes.com.br)
5. Paulo Roberto Souza e Silva – Dirigente do Santo Daime – (RJ) (ceflusmme@aol.com)
6. Rogério Moacir Cunha – dirigente da Escola de Comunhão da Ayahuasca Mística Universal (TO) (rogemcunha@yahoo.com.br)
7. Leopardo Yawabane Huni Kuin – estudante do nishi- pae (ayahuasca) Huni Kuin (Kaxinawá) – (AC/SP) (yawabane@terra.com.br)
O ACRE NO ALTAR - (Moyses Diniz)
A revista Veja acaba de publicar uma sensacionalista reportagem sobre o assassinato do cartunista Glauco Vilas Boas, 53, e de seu filho Raoni, 25. Na reportagem, sem nenhuma base material, a revista acusa o criminoso Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, 24, Cadu, de ter ingerido ayahuasca, levando-o a cometer o crime.
De forma irresponsável e leviana, a revista acusa o uso da ayahuasca como causa do crime e passa a agredir a história dos três líderes que, aqui no Acre, fundaram religiões amazônicas, de raízes indígenas: o mestre Raimundo Irineu Serra, o mestre Daniel Pereira de Matos e mestre Gabriel.
Na tentativa de dar base científica à reportagem, a revista Veja produz um Frankenstein de intolerância religiosa, de desinformação e de preconceito com religiões amazônicas e indígenas. Em nenhum momento cita um estudo científico, com suas fontes e suas provas acadêmicas.
Quando cita a Associação Brasileira de Psiquiatria, não apresenta nenhum especialista, nenhuma fonte demonstrativa ou qualquer prova do que escreve na reportagem. Apenas apresenta a caricatura de um "bacana" com transtorno psíquico, esquizofrênico, que fumava maconha, e que tinha uma mãe e uma tia-avó também esquizofrênicas.
Não apresenta outros casos semelhantes pelo Brasil afora. São mais de 200 centros, entre União do Vegetal e Santo Daime, com mais de 30 mil seguidores. Por que o caso Glauco deveria servir de regra para uma religião que já completou mais de meio século sem um único caso de violência ou morte entre aqueles que a praticam?
Aqui no Acre, entre as igrejas do Alto Santo, Barquinha e União do Vegetal, são milhares de seguidores gozando de elevada qualidade de vida, respeitados socialmente e livres das pragas do alcoolismo e do consumo de drogas.
Aqui no Acre, entre os seguidores do Santo Daime, da UDV e da Barquinha, há juízes e promotores, jornalistas renomados, deputados e prefeitos, médicos e economistas, empresários, professores de universidades, delegados, policiais, membros de academias e de instituições laicas e respeitadas.
Homens e mulheres que estudam, acessam as bibliotecas e estão informados sobre os avanços da ciência, as curvas da economia e da política e as reportagens fantasiosas, levianas, preconceituosas, anticientíficas e mentirosas de Veja.
Milhares de jovens escaparam das grades dos presídios e até da morte porque abraçaram a religião dos entes mágicos da floresta, das ancestrais aldeias indígenas e da fraternidade de viver como irmãos nos dias de louvor, sob a simplicidade de seus hinos e do consumo ritualístico da ayahuasca.
Não há um único caso de agressão física, de violência, de distúrbio ou de morte entre os seguidores da UDV, do Santo Daime ou da Barquinha, em mais de meio século de religião, entre milhares de seguidores.
A revista Veja deturpou tudo: a história e a resistência dos líderes religiosos, o papel espiritual e social que cumpre as igrejas ayahuasqueiras, a origem indígena milenar e a longa tradição de vida saudável de seus membros. A revista Veja só não esqueceu daquilo que está lhe ficando peculiar: escrever com preconceito e leviandade. Veja sequer respeitou a história.
A ayahuasca serviu como base para o estabelecimento de diferentes tradições espirituais por comunidades indígenas nos países amazônicos desde tempos imemoriais. Os povos indígenas utilizaram a ayahuasca como um elo imaterial com o divino que estava entre as árvores, os lagos silenciosos, os igarapés. É que, para eles, a natureza possuía alma e vontade própria.
Povos indígenas do Brasil, Peru, Bolívia, Colômbia e Equador, há quatro mil anos, utilizam a ayahuasca em seus rituais sagrados, como o padre usa o vinho sacramental na Eucaristia e os indígenas bebem o peyote nas cerimônias sincréticas da Igreja Nativa Americana.
O uso ritualístico da ayahuasca é bem mais antigo que o consumo do saquê ou Ki, bebida sagrada do Xintoísmo, usada a partir de 300 a.C, feito do arroz e fermentado pela saliva feminina, sendo cuspida pelas jovens virgens em tachos.
As origens do uso da ayahuasca nos países amazônicos remontam à Pré-história. Há evidências arqueológicas através de potes e desenhos que nos levam a afirmar que o uso da ayahuasca ocorra desde 2 mil a.C.
A utilização da ayahuasca pelo homem branco é uma acolhida da espiritualidade das florestas tropicais, um banho de rio milenar e sentimental do tempo em que os povos amazônicos viviam em fraternidade econômica e religiosa.
Os ataques ao uso ritualístico-religioso da ayahuasca, como bebida sacramental, nos autoriza a afirmar que podem estar nascendo interesses menos inocentes e mais poderosos do que uma simples preocupação acadêmica com a utilização de substâncias psicoativas.
Nunca é bom esquecer que a ayahuasca é uma substância natural exclusiva das florestas tropicais dos países amazônicos e pode alimentar interesses econômicos relacionados a patentes e elevar a cobiça sobre a nossa inestimável biodiversidade.
Não custa nada ficar alerta para essa esquizofrenia da grande mídia em atacar o uso ritualístico-religioso da ayahuasca. É mais fácil roubar um pão numa padaria do que uma hóstia no altar, mesmo que os dois sejam feitos do mesmo trigo. Por que tanto interesse em dessacralizar o uso da ayahuasca?
A ayahuasca é uma combinação química simples e ao mesmo tempo complexa, que envolve um cipó e um arbusto endêmicos do imenso continente amazônico. Simples porque a sua primitiva química material da floresta é realizada por homens comuns, do pajé ao ayahuasqueiro dos templos amazônicos.
Complexa porque envolve a elevação de indicadores psico-sociais de qualidade de vida e ajuda a atingir estados ampliados de consciência dos usuários. Isso por si só já alça a ayahuasca a um patamar superior no plano do controle científico dessas duas ervas milenares.
Assim, a ayahuasca ganha contornos políticos por envolver recursos florísticos de inestimável valor psico-social e espiritual. Os seus usuários consideram o “vinho das almas” como um instrumento físico-espiritual que favorece a limpeza interior, a introspecção, o autoconhecimento e a meditação.
Utilizar ayahuasca aqui na Amazônia é beber do próprio poço de nossa ancestralidade e da magia que representa a nossa milenar resistência. Aqui na floresta, protegidos pelos entes fortes de nossa religião animista e natural, nossos ancestrais não precisaram “miscigenar” sua fé.
Não foi necessário fazer como os negros escravos, que deram nomes de santos católicos aos seus deuses africanos. Nossos ancestrais indígenas não precisaram batizar Iemanjá de Nossa Senhora ou Oxossi de São Sebastião para se protegerem da fé unilateral do dono da terra e das almas.
É que entre nós a terra era de todos e o único dono era o senhor da chuva, do orvalho e do sol. A beleza coletiva dos recursos naturais era compartilhada por toda a aldeia, do curumim ao sábio ancião.
A ayahuasca era a essência espiritual dessa convivência material fraterna e universal entre as árvores carinhosas, os riachos irmãos, os pássaros cantores, os peixes, as larvas, os insetos, as flores. A ayahuasca ancestral era o elo entre a terra e o espírito.
Se não fosse uma erva espiritual e mágica, trazida pelas mãos milenares dos povos indígenas amazônicos, ela não teria resistido ao tempo. Por isso é natural que a ayahuasca atraia cada vez mais o homem branco, esmagado pelo destrutivo modo de vida urbano, elitista, ocidental, capitalista.
A ayahuasca não é um chá que se consome como se bebe um líquido ácido qualquer. O seu uso é espiritual e envolve aqueles que o utilizam na mais límpida tradição de amar o próximo e reencontrar os valores que perdemos na caminhada do planeta que se dividiu em castas, cores, fronteiras e etnias.
Não entrarei no debate acadêmico sobre o uso de substâncias psicoativas por parte das religiões milenares, das eras pré-colombianas aos templos dos tempos atuais. Não tenho competência para debater os pontos de vista da medicina, da psicologia ou da etnofarmacologia. Ficarei apenas com os resultados do uso milenar da ayahuasca pelos povos indígenas.
A milenar história amazônica não registra casos de morte ou de seqüelas à saúde dos povos indígena por terem utilizado a ayahuasca. Nenhum índio, nesses séculos de consumo da ayahuasca, deu entrada no hospital dos brancos ou foi curado pelos pajés.
A ayahuasca não é "taliban", seus usuários não constituem nenhuma seita, eles não são fanáticos, não há um único caso de morte ou de castigo físico que tenha sido resultado do seu consumo ritualístico.
O uso ritualístico da ayahuasca não provoca transes místicos ou de possessão. Ela não age no organismo como a antiga bebida hindu, denominada soma, que se divinizou por afastar o sofrimento, embriagando e elevando as forças vitais.
Depois de 4 mil anos de uso sagrado e ritualístico da ayahuasca, os estudiosos da civilização ocidental erguem argumentos anêmicos e endêmicos de uma sociedade que tem medo do "contato" aberto do homem com a natureza. É que eles têm medo da relação amorosa entre o indivíduo e a natureza com os seus elementos poderosos e coletivos.
Os sábios e avançados incas utilizaram a ayahuasca para consolidar-se como povo, como nação e para ajudar no florescimento da cultura, da matemática, da agricultura e da astronomia. Não é qualquer planta ou cipó que faz um povo, uma história milenar, uma religião.
Só não puderam utilizar a sagrada ayahuasca para produzir metálicos fuzis, pois se assim fosse, não teriam sido dizimados pelos invasores espanhóis. Pizarro não consumiu o “cipó dos mortos”, por isso dizimou tantos guerreiros, mulheres índias, donzelas, pajés, curumins.
A ayahuasca resistiu, venceu os invasores e as suas crenças unilaterais, atravessou os séculos, os milênios, unificou as milenares gerações indígenas e suavizou a dor "civilizaria" das eras pós-colombianas.
A ayahuasca é a religião da terra para o céu, da matéria eterna e natural para o infinito do sonho humano, a religião natural. Uma verdadeira e única religião do Brasil, aliás, uma colossal e genuína religião amazônica e indígena.
Encerro esse ensaio com um relato da experiência física de quem fez uso ritualístico-religioso da ayahuasca:
Lembro de tudo nitidamente. Eu via seres de luz carregando lixo da floresta para dentro de uma caminhonete. Muitos seres e muito lixo. Então perguntei para um deles:
- O que é isso?
Um dos seres me respondeu:
- São as suas máscaras, você não pode ver ainda.
Moisés Diniz é autor do livro O Santo de Deus e deputado estadual pelo PCdoB do Acre.
De forma irresponsável e leviana, a revista acusa o uso da ayahuasca como causa do crime e passa a agredir a história dos três líderes que, aqui no Acre, fundaram religiões amazônicas, de raízes indígenas: o mestre Raimundo Irineu Serra, o mestre Daniel Pereira de Matos e mestre Gabriel.
Na tentativa de dar base científica à reportagem, a revista Veja produz um Frankenstein de intolerância religiosa, de desinformação e de preconceito com religiões amazônicas e indígenas. Em nenhum momento cita um estudo científico, com suas fontes e suas provas acadêmicas.
Quando cita a Associação Brasileira de Psiquiatria, não apresenta nenhum especialista, nenhuma fonte demonstrativa ou qualquer prova do que escreve na reportagem. Apenas apresenta a caricatura de um "bacana" com transtorno psíquico, esquizofrênico, que fumava maconha, e que tinha uma mãe e uma tia-avó também esquizofrênicas.
Não apresenta outros casos semelhantes pelo Brasil afora. São mais de 200 centros, entre União do Vegetal e Santo Daime, com mais de 30 mil seguidores. Por que o caso Glauco deveria servir de regra para uma religião que já completou mais de meio século sem um único caso de violência ou morte entre aqueles que a praticam?
Aqui no Acre, entre as igrejas do Alto Santo, Barquinha e União do Vegetal, são milhares de seguidores gozando de elevada qualidade de vida, respeitados socialmente e livres das pragas do alcoolismo e do consumo de drogas.
Aqui no Acre, entre os seguidores do Santo Daime, da UDV e da Barquinha, há juízes e promotores, jornalistas renomados, deputados e prefeitos, médicos e economistas, empresários, professores de universidades, delegados, policiais, membros de academias e de instituições laicas e respeitadas.
Homens e mulheres que estudam, acessam as bibliotecas e estão informados sobre os avanços da ciência, as curvas da economia e da política e as reportagens fantasiosas, levianas, preconceituosas, anticientíficas e mentirosas de Veja.
Milhares de jovens escaparam das grades dos presídios e até da morte porque abraçaram a religião dos entes mágicos da floresta, das ancestrais aldeias indígenas e da fraternidade de viver como irmãos nos dias de louvor, sob a simplicidade de seus hinos e do consumo ritualístico da ayahuasca.
Não há um único caso de agressão física, de violência, de distúrbio ou de morte entre os seguidores da UDV, do Santo Daime ou da Barquinha, em mais de meio século de religião, entre milhares de seguidores.
A revista Veja deturpou tudo: a história e a resistência dos líderes religiosos, o papel espiritual e social que cumpre as igrejas ayahuasqueiras, a origem indígena milenar e a longa tradição de vida saudável de seus membros. A revista Veja só não esqueceu daquilo que está lhe ficando peculiar: escrever com preconceito e leviandade. Veja sequer respeitou a história.
A ayahuasca serviu como base para o estabelecimento de diferentes tradições espirituais por comunidades indígenas nos países amazônicos desde tempos imemoriais. Os povos indígenas utilizaram a ayahuasca como um elo imaterial com o divino que estava entre as árvores, os lagos silenciosos, os igarapés. É que, para eles, a natureza possuía alma e vontade própria.
Povos indígenas do Brasil, Peru, Bolívia, Colômbia e Equador, há quatro mil anos, utilizam a ayahuasca em seus rituais sagrados, como o padre usa o vinho sacramental na Eucaristia e os indígenas bebem o peyote nas cerimônias sincréticas da Igreja Nativa Americana.
O uso ritualístico da ayahuasca é bem mais antigo que o consumo do saquê ou Ki, bebida sagrada do Xintoísmo, usada a partir de 300 a.C, feito do arroz e fermentado pela saliva feminina, sendo cuspida pelas jovens virgens em tachos.
As origens do uso da ayahuasca nos países amazônicos remontam à Pré-história. Há evidências arqueológicas através de potes e desenhos que nos levam a afirmar que o uso da ayahuasca ocorra desde 2 mil a.C.
A utilização da ayahuasca pelo homem branco é uma acolhida da espiritualidade das florestas tropicais, um banho de rio milenar e sentimental do tempo em que os povos amazônicos viviam em fraternidade econômica e religiosa.
Os ataques ao uso ritualístico-religioso da ayahuasca, como bebida sacramental, nos autoriza a afirmar que podem estar nascendo interesses menos inocentes e mais poderosos do que uma simples preocupação acadêmica com a utilização de substâncias psicoativas.
Nunca é bom esquecer que a ayahuasca é uma substância natural exclusiva das florestas tropicais dos países amazônicos e pode alimentar interesses econômicos relacionados a patentes e elevar a cobiça sobre a nossa inestimável biodiversidade.
Não custa nada ficar alerta para essa esquizofrenia da grande mídia em atacar o uso ritualístico-religioso da ayahuasca. É mais fácil roubar um pão numa padaria do que uma hóstia no altar, mesmo que os dois sejam feitos do mesmo trigo. Por que tanto interesse em dessacralizar o uso da ayahuasca?
A ayahuasca é uma combinação química simples e ao mesmo tempo complexa, que envolve um cipó e um arbusto endêmicos do imenso continente amazônico. Simples porque a sua primitiva química material da floresta é realizada por homens comuns, do pajé ao ayahuasqueiro dos templos amazônicos.
Complexa porque envolve a elevação de indicadores psico-sociais de qualidade de vida e ajuda a atingir estados ampliados de consciência dos usuários. Isso por si só já alça a ayahuasca a um patamar superior no plano do controle científico dessas duas ervas milenares.
Assim, a ayahuasca ganha contornos políticos por envolver recursos florísticos de inestimável valor psico-social e espiritual. Os seus usuários consideram o “vinho das almas” como um instrumento físico-espiritual que favorece a limpeza interior, a introspecção, o autoconhecimento e a meditação.
Utilizar ayahuasca aqui na Amazônia é beber do próprio poço de nossa ancestralidade e da magia que representa a nossa milenar resistência. Aqui na floresta, protegidos pelos entes fortes de nossa religião animista e natural, nossos ancestrais não precisaram “miscigenar” sua fé.
Não foi necessário fazer como os negros escravos, que deram nomes de santos católicos aos seus deuses africanos. Nossos ancestrais indígenas não precisaram batizar Iemanjá de Nossa Senhora ou Oxossi de São Sebastião para se protegerem da fé unilateral do dono da terra e das almas.
É que entre nós a terra era de todos e o único dono era o senhor da chuva, do orvalho e do sol. A beleza coletiva dos recursos naturais era compartilhada por toda a aldeia, do curumim ao sábio ancião.
A ayahuasca era a essência espiritual dessa convivência material fraterna e universal entre as árvores carinhosas, os riachos irmãos, os pássaros cantores, os peixes, as larvas, os insetos, as flores. A ayahuasca ancestral era o elo entre a terra e o espírito.
Se não fosse uma erva espiritual e mágica, trazida pelas mãos milenares dos povos indígenas amazônicos, ela não teria resistido ao tempo. Por isso é natural que a ayahuasca atraia cada vez mais o homem branco, esmagado pelo destrutivo modo de vida urbano, elitista, ocidental, capitalista.
A ayahuasca não é um chá que se consome como se bebe um líquido ácido qualquer. O seu uso é espiritual e envolve aqueles que o utilizam na mais límpida tradição de amar o próximo e reencontrar os valores que perdemos na caminhada do planeta que se dividiu em castas, cores, fronteiras e etnias.
Não entrarei no debate acadêmico sobre o uso de substâncias psicoativas por parte das religiões milenares, das eras pré-colombianas aos templos dos tempos atuais. Não tenho competência para debater os pontos de vista da medicina, da psicologia ou da etnofarmacologia. Ficarei apenas com os resultados do uso milenar da ayahuasca pelos povos indígenas.
A milenar história amazônica não registra casos de morte ou de seqüelas à saúde dos povos indígena por terem utilizado a ayahuasca. Nenhum índio, nesses séculos de consumo da ayahuasca, deu entrada no hospital dos brancos ou foi curado pelos pajés.
A ayahuasca não é "taliban", seus usuários não constituem nenhuma seita, eles não são fanáticos, não há um único caso de morte ou de castigo físico que tenha sido resultado do seu consumo ritualístico.
O uso ritualístico da ayahuasca não provoca transes místicos ou de possessão. Ela não age no organismo como a antiga bebida hindu, denominada soma, que se divinizou por afastar o sofrimento, embriagando e elevando as forças vitais.
Depois de 4 mil anos de uso sagrado e ritualístico da ayahuasca, os estudiosos da civilização ocidental erguem argumentos anêmicos e endêmicos de uma sociedade que tem medo do "contato" aberto do homem com a natureza. É que eles têm medo da relação amorosa entre o indivíduo e a natureza com os seus elementos poderosos e coletivos.
Os sábios e avançados incas utilizaram a ayahuasca para consolidar-se como povo, como nação e para ajudar no florescimento da cultura, da matemática, da agricultura e da astronomia. Não é qualquer planta ou cipó que faz um povo, uma história milenar, uma religião.
Só não puderam utilizar a sagrada ayahuasca para produzir metálicos fuzis, pois se assim fosse, não teriam sido dizimados pelos invasores espanhóis. Pizarro não consumiu o “cipó dos mortos”, por isso dizimou tantos guerreiros, mulheres índias, donzelas, pajés, curumins.
A ayahuasca resistiu, venceu os invasores e as suas crenças unilaterais, atravessou os séculos, os milênios, unificou as milenares gerações indígenas e suavizou a dor "civilizaria" das eras pós-colombianas.
A ayahuasca é a religião da terra para o céu, da matéria eterna e natural para o infinito do sonho humano, a religião natural. Uma verdadeira e única religião do Brasil, aliás, uma colossal e genuína religião amazônica e indígena.
Encerro esse ensaio com um relato da experiência física de quem fez uso ritualístico-religioso da ayahuasca:
Lembro de tudo nitidamente. Eu via seres de luz carregando lixo da floresta para dentro de uma caminhonete. Muitos seres e muito lixo. Então perguntei para um deles:
- O que é isso?
Um dos seres me respondeu:
- São as suas máscaras, você não pode ver ainda.
Moisés Diniz é autor do livro O Santo de Deus e deputado estadual pelo PCdoB do Acre.
segunda-feira, 22 de março de 2010
Um pouco da história do evento que ocorreu nesta noite de Sábado - 20/03/2010:
Primeiro;faz já algum tempo que vínhamos falando aos nossos afilhados que tínhamos a intenção de fazer um trabalho nos moldes da UDV para que todos conhecessem como é o ritual desta Instituição e, especial, sentissem o valor das chamadas utilizadas por essa Instituição. Nossa idéia original era que o Padrinho Enio, de Porto União, que durante longo tempo foi represente de um núcleo da UDV-Rosa Luz, dirigisse aqui um sessão. Quando finalmente ocorreu a possibilidade do Padrinho Enio estar em Curitiba e fazermos esta atividade, ele teve a idéia - melhor seria chamar de Inspiração Divina - de Convidar o Mestre Lorival, de Londrina, para dirigir uma sessão da UDV e, após ela nós faríamos uma trabalho de bailado do Xamanismo.
Feito o convite o Mestre Lorival entrou em contato com o Mestre Geral Representante, Mestre Augusto, que autorizou a participação dele neste evento, por motivos que conto logo adiante. Marcada e confirmada a data, estivemos com o Padrinho Gideon em seu aniversário e contamos o que estávamos planejando. O Padrinho ficou muito feliz e deu também seu apoio ao evento.
Assim, neste sábado, dia 20/03/2010, por volta das 18 horas chegaram a sede do Instituto Xamânico Nova Esperança, do Padrinho Sureki e da Madrinha Tania, os representantes da AUGUSTA ORDEM MARÇONICA ROSA LUZ ESTRELA ORIENTAL SOBERANA UNIÃO DO VEGETAL. Vieram representando esta Instituição o Mestre Lorival, a Mestre Denise (sua esposa), a Mestre Selma(sua irmã), todos de Londrina-PR e também o Mestre Augusto Iur e sua esposa, Mestre Gisele, de Curitiba-PR. Cinco representantes que, juntamente com os 52 irmãos dos Institutos-Irmãos do CNSC totalizaram um número de 57 participantes no evento.
Dos Institutos-Irmãos nossos estavam presentes praticamente todos os Padrinhos/Madrinha da cidade de Curitiba, o Padrinho Giovani, de São Carlos, e os Padrinhos Enio e Leo, de Porto União, junto com mais 3 irmãos desta cidade. Estavam presentes também os Padrinhos Fernando e Elena, da Espanha, aprovados no curso de Janeiro. Tornando, assim, este evento um evento Internacional.
Um pouco do evento:
Já estamos providenciando a edição das gravações em vídeo e fotografia, mas este e-mail visa apenas divulgar algo do que ocorreu nesta data que foi, para todos os que estavam lá presentes, algo simplesmente mágico!
Como destaque inicial, gostaria de falar da Ayahuasca utilizada. Os representantes da UDV levaram cerca de um litro de Vegetal. Nos fornecemos 8 litros de nossa Ayahuasca, que foram colocados em um panelão. Em seguida o Mestre Lorival, com uma oração ao Mestre Caiano, uniu o litro de Vegetal que levaram aos nossos 8 litros. Foi esta Ayahuasca/Vegetal Sagrada que utilizamos no evento. Todos os que participaram não tinham palavras para descrever a energia e a força desta Sagrada União.
Para os que não sabem, nos rituais da UDV, o Mestre que esta dirigindo a sessão faz, na ultima parte da sessão, uma explanação. Abrindo após para perguntas ou para outros Mestres também fazerem suas explanações.
Caso não bastasse toda a mágica do ritual até então, sentida por 100% dos presentes, ao fazer sua explanação o Mestre Lorival nos brindou com uma magnífica lição de vida e valiosos ensinamentos espirituais. Neste momento vou relatar apenas alguns pontos que considero importantes demais para que aguardemos a edição do vídeo.
Um dos relatos que emocionou a todos foi o referente a que, já a algum tempo, o Mestre Lorival ter recebido, durante os seus trabalhos com o Vegetal, uma orientação do Mestre Gabriel dizendo que deveríamos compreender que todas as Instituições que fazem uso desta sagrada bebida - seja chamando - a de Vegetal, Daime ou Ayahuasca - deveriam manter uma posição de união e respeito mutuo. Após isso, ele foi solicitado a atender um grupo do Alto Santo aqui da região de Curitiba, com o fornecimento de Mariri e Chacrona, para um feitio - na realidade os irmãos desta Instituição entraram em contato com ele com o objetivo de comprar este material, ao que ele respondeu que não vendia, mas poderia doar, já que não comercializa com o sagrado. Em seguida, ele recebeu o convite do Padrinho Enio para este evento... É importante salientar que o dirigente nacional da Instituição, Mestre Augusto, autorizou-o a fazer as duas coisas, já que ele havia recebido internamente esta orientação.
Outro ponto que nos deixou muito felizes foi quando ele, sob o Arco da UDV, disse que apóia a nossa luta contra aqueles que maculam o daime misturando seu uso com drogas, com o nome que for. Elogiando a luta do CNSC por diversas vezes, antes, durante a após a sessão. Por diversas vezes ouvi ele elogiar a coragem e a determinação do Padrinho Gideon de levar avante este combate.
É praticamente impossível traduzir aqui em palavras todos os ensinamentos e toda a magia ocorrida durante esta explanação... o que posso fazer por ora, enquanto preparamos a edição do vídeo, e tentar reproduzir o que eu disse no encerramento das atividades do evento, no domingo pela manhã: "nos ficamos extremamente felizes com sua explanação, pois suas palavras foram as palavras que ouvimos do Padrinho Gideon nestes anos que estamos participando do CNSC!"
Todos os Mestres da Instituição presentes, também fizeram suas explanações e, se for possível, as colocaremos no vídeo também. O que posso destacar neste momento foi a grandeza e o carinho da sinceridade com que manifestaram o fato de terem ido ao evento receosos do que iriam encontrar e terem tido uma graciosa surpresa com as posturas de todos os irmãos do CNSC, postura de respeito e amor que propiciou que a sessão fosse de uma verdadeira união. Fato sentido por todos os presentes.
A sessão da UDV que, normalmente termina as 24 hs, prolongou-se até cerca de 2 horas da manhã com as Explanações dos Mestre que nos encheram de felicidade.
Encerrada a sessão da UDV, cerca de 1 hora após - parada para que alguns irmãos pudessem se alimentar um pouco - iniciamos um ritual de Xamanismo.
O ritual começou com uma apresentação de cerca de uma hora de musica ao vivo por irmãos aqui de Curitiba. A destacar uma musica em homenagem ao Mestre Gabriel e a de encerramento da apresentação, o Hino Lua Branca, do Mestre Irineu.
Já durante a apresentação da Banda, foi acesa a fogueira e liberado o Bailado.
O Mestre Lorival estava com uma pequena dificuldade de saúde, face a um esforço que fez que gerou uma pequena dor nas costas, e não pode aproveitar totalmente o bailado... Mas por diversas vezes demonstrou sua alegria pelo que estava presenciando e pelo que sentiu no pouco de que pode bailar.
O bailado prosseguiu até o amanhecer do dia com imensa alegrai de todos os presentes.
Algumas coisas a destacar:
com todos os que conversei sobre o que acharam do evento a única palavra que conseguia traduzir o que todos sentiram foi: PERFEITO!
PERFEITA UNIÃO!
Opinião dos membros das duas Instituições: nesta data de 20/03/2010 fizemos história! começamos a aproximação das instituições ayahuasqueiras com o objetivo de quebrar dogmas e preconceitos e mostrar para toda a sociedade, brasileira e mundial, o poder, a força e as qualidades indescritíveis desta Sagrada Bebida para aquele que tem busca espiritual!
Pudemos mostrar que não estamos sozinho nesta luta contra aqueles que maculam a Sagrada Ayahuasca, fazendo seu uso em conjunto com drogas que prejudicam e viciam ou comercializando esta Sagrada Bebida.
Todos os presentes estavam de tal modo emocionados com o que ocorreu neste evento que não tinham na realidade palavras para expressar o que pudemos presenciar.
Quero deixar aqui o meu mais profundo agradecimento aos Mestres presentes, em especial a esse ser cheio de amor que é o Mestre Lorival.
Quero agradecer a todos os irmãos, fiscais e padrinhos presentes por suas atitudes que propiciaram a beleza que foi este evento. Em especial quero agradecer ao Padrinho Sureki e a Madrinha Tania por nos receber, com tanto carinho e amor, em seu Instituto.
Quero,, sincera e profundamente, agradecer ao Mestre Augusto - dirigente nacional da Instituição - por permitir e aprovar este evento.
Quero agradecer o apoio recebido do Padrinho Gideon para a realização deste evento.
Quero agradecer, do fundo do meu coração, aos Mestres Gabriel e Irineu e a Nossa Senhora da Conceição pela Magia, pela Luz, pela Paz e pelo Amor com que nos inundaram durante este evento.
Mas, acima de tudo, que agradecer, em profunda oração, ao Mestre Jesus por me permitir a graça e a honra de poder participar desta sessão e deste bailado que não podem ser descritos por palavras!
Que a Luz, a Paz e o Amor que inundaram este evento se espalhem aos 4 cantos do Universo e permitam que se quebrem dogmas e preconceitos, mostrando a esta sofrida humanidade que podemos e devemos sermos um só, sem deixar que nossos diferentes modos de expressar a Verdade do Universo possam criar qualquer conflito.
Que nossas vidas prossigam Na Luz, na Paz e no Amor!
abraços agradecidos a todos!
Sérgio Olivetti Narduci
CECA - Centro Espiritual Casa das Araucárias
www.casadasaraucarias.com.br
Feito o convite o Mestre Lorival entrou em contato com o Mestre Geral Representante, Mestre Augusto, que autorizou a participação dele neste evento, por motivos que conto logo adiante. Marcada e confirmada a data, estivemos com o Padrinho Gideon em seu aniversário e contamos o que estávamos planejando. O Padrinho ficou muito feliz e deu também seu apoio ao evento.
Assim, neste sábado, dia 20/03/2010, por volta das 18 horas chegaram a sede do Instituto Xamânico Nova Esperança, do Padrinho Sureki e da Madrinha Tania, os representantes da AUGUSTA ORDEM MARÇONICA ROSA LUZ ESTRELA ORIENTAL SOBERANA UNIÃO DO VEGETAL. Vieram representando esta Instituição o Mestre Lorival, a Mestre Denise (sua esposa), a Mestre Selma(sua irmã), todos de Londrina-PR e também o Mestre Augusto Iur e sua esposa, Mestre Gisele, de Curitiba-PR. Cinco representantes que, juntamente com os 52 irmãos dos Institutos-Irmãos do CNSC totalizaram um número de 57 participantes no evento.
Dos Institutos-Irmãos nossos estavam presentes praticamente todos os Padrinhos/Madrinha da cidade de Curitiba, o Padrinho Giovani, de São Carlos, e os Padrinhos Enio e Leo, de Porto União, junto com mais 3 irmãos desta cidade. Estavam presentes também os Padrinhos Fernando e Elena, da Espanha, aprovados no curso de Janeiro. Tornando, assim, este evento um evento Internacional.
Um pouco do evento:
Já estamos providenciando a edição das gravações em vídeo e fotografia, mas este e-mail visa apenas divulgar algo do que ocorreu nesta data que foi, para todos os que estavam lá presentes, algo simplesmente mágico!
Como destaque inicial, gostaria de falar da Ayahuasca utilizada. Os representantes da UDV levaram cerca de um litro de Vegetal. Nos fornecemos 8 litros de nossa Ayahuasca, que foram colocados em um panelão. Em seguida o Mestre Lorival, com uma oração ao Mestre Caiano, uniu o litro de Vegetal que levaram aos nossos 8 litros. Foi esta Ayahuasca/Vegetal Sagrada que utilizamos no evento. Todos os que participaram não tinham palavras para descrever a energia e a força desta Sagrada União.
Para os que não sabem, nos rituais da UDV, o Mestre que esta dirigindo a sessão faz, na ultima parte da sessão, uma explanação. Abrindo após para perguntas ou para outros Mestres também fazerem suas explanações.
Caso não bastasse toda a mágica do ritual até então, sentida por 100% dos presentes, ao fazer sua explanação o Mestre Lorival nos brindou com uma magnífica lição de vida e valiosos ensinamentos espirituais. Neste momento vou relatar apenas alguns pontos que considero importantes demais para que aguardemos a edição do vídeo.
Um dos relatos que emocionou a todos foi o referente a que, já a algum tempo, o Mestre Lorival ter recebido, durante os seus trabalhos com o Vegetal, uma orientação do Mestre Gabriel dizendo que deveríamos compreender que todas as Instituições que fazem uso desta sagrada bebida - seja chamando - a de Vegetal, Daime ou Ayahuasca - deveriam manter uma posição de união e respeito mutuo. Após isso, ele foi solicitado a atender um grupo do Alto Santo aqui da região de Curitiba, com o fornecimento de Mariri e Chacrona, para um feitio - na realidade os irmãos desta Instituição entraram em contato com ele com o objetivo de comprar este material, ao que ele respondeu que não vendia, mas poderia doar, já que não comercializa com o sagrado. Em seguida, ele recebeu o convite do Padrinho Enio para este evento... É importante salientar que o dirigente nacional da Instituição, Mestre Augusto, autorizou-o a fazer as duas coisas, já que ele havia recebido internamente esta orientação.
Outro ponto que nos deixou muito felizes foi quando ele, sob o Arco da UDV, disse que apóia a nossa luta contra aqueles que maculam o daime misturando seu uso com drogas, com o nome que for. Elogiando a luta do CNSC por diversas vezes, antes, durante a após a sessão. Por diversas vezes ouvi ele elogiar a coragem e a determinação do Padrinho Gideon de levar avante este combate.
É praticamente impossível traduzir aqui em palavras todos os ensinamentos e toda a magia ocorrida durante esta explanação... o que posso fazer por ora, enquanto preparamos a edição do vídeo, e tentar reproduzir o que eu disse no encerramento das atividades do evento, no domingo pela manhã: "nos ficamos extremamente felizes com sua explanação, pois suas palavras foram as palavras que ouvimos do Padrinho Gideon nestes anos que estamos participando do CNSC!"
Todos os Mestres da Instituição presentes, também fizeram suas explanações e, se for possível, as colocaremos no vídeo também. O que posso destacar neste momento foi a grandeza e o carinho da sinceridade com que manifestaram o fato de terem ido ao evento receosos do que iriam encontrar e terem tido uma graciosa surpresa com as posturas de todos os irmãos do CNSC, postura de respeito e amor que propiciou que a sessão fosse de uma verdadeira união. Fato sentido por todos os presentes.
A sessão da UDV que, normalmente termina as 24 hs, prolongou-se até cerca de 2 horas da manhã com as Explanações dos Mestre que nos encheram de felicidade.
Encerrada a sessão da UDV, cerca de 1 hora após - parada para que alguns irmãos pudessem se alimentar um pouco - iniciamos um ritual de Xamanismo.
O ritual começou com uma apresentação de cerca de uma hora de musica ao vivo por irmãos aqui de Curitiba. A destacar uma musica em homenagem ao Mestre Gabriel e a de encerramento da apresentação, o Hino Lua Branca, do Mestre Irineu.
Já durante a apresentação da Banda, foi acesa a fogueira e liberado o Bailado.
O Mestre Lorival estava com uma pequena dificuldade de saúde, face a um esforço que fez que gerou uma pequena dor nas costas, e não pode aproveitar totalmente o bailado... Mas por diversas vezes demonstrou sua alegria pelo que estava presenciando e pelo que sentiu no pouco de que pode bailar.
O bailado prosseguiu até o amanhecer do dia com imensa alegrai de todos os presentes.
Algumas coisas a destacar:
com todos os que conversei sobre o que acharam do evento a única palavra que conseguia traduzir o que todos sentiram foi: PERFEITO!
PERFEITA UNIÃO!
Opinião dos membros das duas Instituições: nesta data de 20/03/2010 fizemos história! começamos a aproximação das instituições ayahuasqueiras com o objetivo de quebrar dogmas e preconceitos e mostrar para toda a sociedade, brasileira e mundial, o poder, a força e as qualidades indescritíveis desta Sagrada Bebida para aquele que tem busca espiritual!
Pudemos mostrar que não estamos sozinho nesta luta contra aqueles que maculam a Sagrada Ayahuasca, fazendo seu uso em conjunto com drogas que prejudicam e viciam ou comercializando esta Sagrada Bebida.
Todos os presentes estavam de tal modo emocionados com o que ocorreu neste evento que não tinham na realidade palavras para expressar o que pudemos presenciar.
Quero deixar aqui o meu mais profundo agradecimento aos Mestres presentes, em especial a esse ser cheio de amor que é o Mestre Lorival.
Quero agradecer a todos os irmãos, fiscais e padrinhos presentes por suas atitudes que propiciaram a beleza que foi este evento. Em especial quero agradecer ao Padrinho Sureki e a Madrinha Tania por nos receber, com tanto carinho e amor, em seu Instituto.
Quero,, sincera e profundamente, agradecer ao Mestre Augusto - dirigente nacional da Instituição - por permitir e aprovar este evento.
Quero agradecer o apoio recebido do Padrinho Gideon para a realização deste evento.
Quero agradecer, do fundo do meu coração, aos Mestres Gabriel e Irineu e a Nossa Senhora da Conceição pela Magia, pela Luz, pela Paz e pelo Amor com que nos inundaram durante este evento.
Mas, acima de tudo, que agradecer, em profunda oração, ao Mestre Jesus por me permitir a graça e a honra de poder participar desta sessão e deste bailado que não podem ser descritos por palavras!
Que a Luz, a Paz e o Amor que inundaram este evento se espalhem aos 4 cantos do Universo e permitam que se quebrem dogmas e preconceitos, mostrando a esta sofrida humanidade que podemos e devemos sermos um só, sem deixar que nossos diferentes modos de expressar a Verdade do Universo possam criar qualquer conflito.
Que nossas vidas prossigam Na Luz, na Paz e no Amor!
abraços agradecidos a todos!
Sérgio Olivetti Narduci
CECA - Centro Espiritual Casa das Araucárias
www.casadasaraucarias.com.br
O que o Governo Brasileiro diz sobre legalidade e uso da Ayahuasca no Brasil (março de 2010).
Entrevista na CBN rádio com o General Uchôa, Secretário Nacional de Política Anti-Drogas do Brasil e porta-voz das posições oficiais do Governo Brasileiro sobre assuntos relacionados.
http://cbn.globoradio.globo.com/Player/player.htm?audio=2010%2Fnoticias%2Fpaulouchoa_100317&OAS_sitepage=cbn/editorias/policia
Nessa entrevista à Rádio CBN o general Uchôa explica a posição respeitosa e entendimento legal e científico do governo brasileiro, principalmente após parecer e estudos multidisciplinares científicos de órgão diretamente ligado à ONU e do próprio governo brasilieiro em relação a utilização legal da Ayahuasca no Brasil. E elucida pontos sobre o caso Glauco Vilas-Boas.
Queridos irmãos, com mais essa posição é impossível a qualquer pessoa sã dizer que Ayahuasca é droga... e ainda há vários documentos científicos facilmente acessáveis pela internet (sites oficiais de publicações científicas internacionais, inclusive brasileiras).
Quem realmente busca informações idôneas sobre Ayahuasca encontra na internet e outros locais dois tipos de informações:
1- Publicações que dizem com firmeza que Ayahuasca não causa dependência nem química, nem psicológica, e que seus usuários são pessoas comuns socialmente aceitas por toda a sociedade, discriminadas somente por preconceitos infundados de pessoas que não foram atrás de informações oficiais, ou que acreditaram cegamente em sites e fontes pouco confiáveis na internet e publicações que vendem somente quando publicam informações controversas.
2- Publicações que dizem que Ayahuasca é alucinógena, mas (leiam e comprovem) não provam definitivamente o que dizem, são infundadas ou se referem em seus pareceres finais a "necessidade de mais pesquisas que estudem os reais efeitos da Ayahuasca" (vejam que declaração de insuficiência de credenciais para dizer oficialmente sobre o que acabou de tentar denegrir).
Como vêem, há as pessoas esclarecidas e conscientes que usam ou que não usam Ayahuasca. E há pessoas puramente preconceituosas que, além de desinteressadas na real informação sobre Ayahuasca, nunca se dariam a chance de comungar Ayahuasca (pelo menos por enquanto, pelo medo claro que exprimem através de seus preconceitos, mesmo com tantas comprovações de legalidade e segurança da utilização do Santo Daime/Ayahusca).
Um forte abraço de muita LUZ E CONSCIÊNCIA.
Rudolfo Pacheco
RudolfoPacheco@gmail.com
http://cbn.globoradio.globo.com/Player/player.htm?audio=2010%2Fnoticias%2Fpaulouchoa_100317&OAS_sitepage=cbn/editorias/policia
Nessa entrevista à Rádio CBN o general Uchôa explica a posição respeitosa e entendimento legal e científico do governo brasileiro, principalmente após parecer e estudos multidisciplinares científicos de órgão diretamente ligado à ONU e do próprio governo brasilieiro em relação a utilização legal da Ayahuasca no Brasil. E elucida pontos sobre o caso Glauco Vilas-Boas.
Queridos irmãos, com mais essa posição é impossível a qualquer pessoa sã dizer que Ayahuasca é droga... e ainda há vários documentos científicos facilmente acessáveis pela internet (sites oficiais de publicações científicas internacionais, inclusive brasileiras).
Quem realmente busca informações idôneas sobre Ayahuasca encontra na internet e outros locais dois tipos de informações:
1- Publicações que dizem com firmeza que Ayahuasca não causa dependência nem química, nem psicológica, e que seus usuários são pessoas comuns socialmente aceitas por toda a sociedade, discriminadas somente por preconceitos infundados de pessoas que não foram atrás de informações oficiais, ou que acreditaram cegamente em sites e fontes pouco confiáveis na internet e publicações que vendem somente quando publicam informações controversas.
2- Publicações que dizem que Ayahuasca é alucinógena, mas (leiam e comprovem) não provam definitivamente o que dizem, são infundadas ou se referem em seus pareceres finais a "necessidade de mais pesquisas que estudem os reais efeitos da Ayahuasca" (vejam que declaração de insuficiência de credenciais para dizer oficialmente sobre o que acabou de tentar denegrir).
Como vêem, há as pessoas esclarecidas e conscientes que usam ou que não usam Ayahuasca. E há pessoas puramente preconceituosas que, além de desinteressadas na real informação sobre Ayahuasca, nunca se dariam a chance de comungar Ayahuasca (pelo menos por enquanto, pelo medo claro que exprimem através de seus preconceitos, mesmo com tantas comprovações de legalidade e segurança da utilização do Santo Daime/Ayahusca).
Um forte abraço de muita LUZ E CONSCIÊNCIA.
Rudolfo Pacheco
RudolfoPacheco@gmail.com
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