segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

GRATIDÃO, AS IRMÃS E IRMÃOS! A ALDEIA AMOR LAKOTA-AALK-BRASÍLIA-DF AGRADECE SUA ESTIMADA PRESENÇA EM NOSSOS TRABALHOS E NOSSO TEMPLO

GRATIDÃO AS IRMÃS E IRMÃOS!

A ALDEIA AMOR LAKOTA-AALK-BRASÍLIA-DF AGRADECE SUA ESTIMADA PRESENÇA EM NOSSO TEMPLO.

ESTAMOS MUITO FELIZES POR VOCÊ TER VINDO ATÉ A NOSSA CHÁCARA NA CIDADE OCIDENTAL, JÁ ESTAMOS UTILIZANDO AS INSTALAÇÕES DA NOVA IGREJA REDONDA DA ALDEIA AMOR LAKOTA PARA TRABALHOS.

DESEJAMOS QUE TENHA FEITO UM ABENÇOADO TRABALHO DO INSTITUTO  SAINT GERMAIN - PADRINHO BETTO MAIA E INSTITUTO FOGO SAGRADO PADRINHO ERLON, TEVE COMO PROPOSTA ESPIRITUAL: " SENHORAS DA TERRA ", NESTE ULTIMO SÁBADO DIA 17 DE DEZEMBRO.

AGUARDAMOS SEU RETORNO, QUE POSSA PARTICIPAR MAIS VEZES; ASSIM, GRADATIVAMENTE, VOCÊ OBTERÁ RICAS OPORTUNIDADES DE APRENDIZADO EM SUA VIDA.

E ASSIM VOCÊ SE DARÁ A OPORTUNIDADE DE VIVENCIAR REAIS MUDANÇAS EM SI E OBSERVARÁ MUDANÇAS NO CONVÍVIO COM OUTRAS PESSOAS.

SABEMOS QUE MUITAS COISAS PODEM TER SE APRESENTADO E VIVENCIADO, MAS VOCÊ PERCEBERÁ QUE MUITO QUE VOCÊ VIVENCIOU COM O TRANSCORRER DA SEMANA TUDO IRÁ SE ENCAIXAR E SERVIRÁ DE GRANDE APRENDIZADO.

OS INSTITUTOS DA ALDEIA AMOR LAKOTA REALIZAM SEUS TRABALHOS ESPIRITUAIS COM O CHÁ SAGRADO. TODOS OS SÁBADOS ESTÃO JUNTOS PARA RECEBER E ACOLHER VOCÊ, CHEGUE ÀS 16:00 HORAS EM NOSSA SEDE NA CIDADE OCIDENTAL- GO, CIDADE ENTORNO DO DISTRITO FEDERAL.

ESTE FOI O TRABALHO QUE ENCERROU O CALENDÁRIO DA ALDEIA AMOR LAKOTA DE 2016.

DURANTE  O PERÍODO DE HOJE  DOMINGO 18 DE DEZEMBRO ATÉ  SÁBADO 04 DE FEVEREIRO DE 2017 ESTAREMOS EM RECESSO , NÃO HAVERÁ ATIVIDADES INTERNAS E NEM ATIVIDADES AO PÚBLICO FREQUENTADOR.

NOSSO 1º TRABALHO DE ABERTURA DO CALENDÁRIO DE 2017 JÁ ESTA MARCADO E VOCÊ JÁ É NOSSO CONVIDADO SÁBADO 04 DE FEVEREIRO "TRABALHO UNIFICADO COM A PARTICIPAÇÃO DE TODOS OS INSTITUTOS DA ALDEIA AMOR LAKOTA 

SEU E-MAIL E SEU NUMERO WHATSAPP FOI INCLUÍDO EM NOSSA RELAÇÃO VOCÊ RECEBERÁ OS NOSSOS CONVITES SEMANALMENTE FIQUE A VONTADE PARA PARTICIPAR.

ABRAÇOS DA TRIBO ALDEIA AMOR LAKOTA-AALK-BRASÍLIA-DF E SEUS INSTITUTOS.


Aldeia Amor Lakota-AALK- Brasília-DF

 Publicamos nos  endereços abaixo informações científicas sobre:
-chá ayahuasca / xamanismo /  pesquisas científicas / trabalhos médicos da USP e UNICAMP 
FACEBOOK DA ALDEIA: aldeiaamorlakota 
 GRUPO WHATSAPP CONVITES E AVISOS AALK para  receber convites via celular

GRUPO E-MAILS CONVITES E AVISOS AALK para ser incluído para receber convites via e-mail



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segunda-feira, 31 de outubro de 2016

AGRADECIMETO AOS IRMÃOS E IRMÃS QUE PARTICIPARAM DO TRABALHO ESPIRITUAL DO INSTITUTO SAINT GERMAIN EM 29 DE OUTUBRO

A FAMÍLIA ALDEIA AMOR LAKOTA ESTA MUITO FELIZ POR VOCÊ TER VINDO ATÉ A NOSSA IGREJA A NOSSA CHÁCARA NA CIDADE OCIDENTAL E TER PARTICIPADO DE UM TRABALHO NO ULTIMO SÁBADO DIA 29 DE OUTUBRO.
ESPERAMOS QUE VOCÊ TENHA TIDO A OPORTUNIDADE DE TER REALIZADO UM ÓTIMO TRABALHO.
SABEMOS QUE MUITAS COISAS PODEM TER SE APRESENTADO, MAS VOCÊ PERCEBERÁ QUE MUITO QUE VOCÊ VIVÊNCIOU COM O TRANSCORRER DA SEMANA TUDO IRÁ SE ENCAIXAR E SERVIRÁ DE GRANDE APRENDIZADO.
TODOS OS SÁBADOS ESTAMOS JUNTOS REALIZANDO NOSSOS TRABALHOS.
AGUARDAMOS VOCÊ PARA PARTICIPAR DOS TRABALHOS DE TODOS OS INSTITUTOS DA ALDEIA AMOR LOKOTA.
PRÓXIMO SÁBADO DIA 5 DE NOV ÀS 16 HORAS, SERÁ O TRABALHO DO INSTITUTO GUERREIROS DA FLORESTA
PROPOSTA ESPIRITUAL:
GRATIDÃO A EGREGORA ALDEIA AMOR LAKOTA.
SEU E-MAIL FOI INCLUÍDO EM NOSSA RELAÇÃO E VC RECEBERÁ OS NOSSOS CONVITES SEMANALMENTE FIQUE A VONTADE PARA PARTICIPAR, LEMBRESSE AOS SÁBADOS CHEGAR ÀS 16 HORAS NA CHÁCARA DA ALDEIA AMOR LAKOTA.
ABRAÇOS DA FAMÍLIA ALDEIA AMOR LAKOTA E SEUS INSTITUTOS

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Kambô: a vacina extraída de um sapo e usada com sucesso por índios da Amazônia‏

Kambo adicionou 2 novas fotos.
Kambô: a vacina extraída de um sapo e usada com sucesso por índios da Amazônia
O kambô é uma resina retirada de uma perereca que vive na Amazônia, a Phillomedusa bicolor. Essa resina contém peptídeos analgésicos e de fortalecimento do sistema imunológico que provocam a destruição de microrganismos patogênicos. E ela é usada como se fosse uma vacina por nativos da Amazônia.
A aplicação é realizada sobre a pele e transportada rapidamente para todo o corpo pelos vasos linfáticos. Os índios indicam a vacina para qualquer distúrbio e desequilíbrio, afirmam que purifica o sangue eliminando as impurezas, mas quem não tem nenhum sintoma usa o kambô para reforçar a imunidade.
Após a aplicação, é indescritível o estado de conscientização e clareza de pensamentos; a sensação de harmonia e de felicidade é visível; os sonhos, a percepção e a intuição melhoram; a autoestima retorna.
Diz a lenda que os índios da aldeia estavam muito doentes e de tudo havia feito o pajé para curá-los.
Todas as ervas medicinais que conhecia foram usadas, mas nenhuma livrara seu povo da agonia.
O pajé então se embrenhou na floresta e, sob os efeitos da Ayahuasca, recebeu a visita do grande Deus.
Este trazia nas mãos uma rã, da qual tirou uma secreção esbranquiçada e ensinou como deveria ser feita a aplicação dessa secreção nos enfermos.
Voltando à aldeia da tribo, e seguindo as orientações que havia recebido, o pajé pôde curar seus irmãos índios.
Ela recebeu dos índios catuquinas a denominação de kambô, também podendo ser chamada de kampum ou kempô dependendo da tribo indígena.
E é usada pelos indígenas para prevenir, curar ou afastar o “panema” – conhecido entre os índios e caboclos como preguiça, baixo-astral, má sorte (na caça, na pesca, na colheita ou na conquista amorosa).
O curandeiro guarda a secreção da perereca numa espátula de madeira gerando pequenas queimaduras na pele, com um pedaço de cipó (titica) em brasa, aplicando a secreção nas queimaduras.
O efeito da “vacina do sapo” – como é popularmente conhecida – é curto, porém muito forte.
Ocorre uma forte onda de calor, que sobe pelo corpo até a cabeça.
A dilatação dos vasos sanguíneos parece provocar uma circulação mais veloz do sangue, deixando o rosto vermelho.
Em seguida a pessoa fica pálida, a pressão baixa, podendo provocar náuseas, vômitos e/ou diarreia.
Esse processo dura cerca de 15/20 minutos, com uma sensação muito desagradável, mas aos poucos a pessoa retorna à normalidade.
Em seguida a pessoa se sente mais leve, como se tivesse feito uma boa limpeza, presenciando uma maior disposição.
Resultados surpreendentes
As pesquisas revelaram que a secreção da Phyllomedusa bicolor contém uma série de substâncias altamente eficazes, sendo as principais a dermorfina e a deltorfina, pertencentes ao grupo dos peptídeos. Esses dois peptídeos eram desconhecidos antes das pesquisas de Phyllomedusa bicolor. Dermorfina é um potente analgésico e deltorfina pode ser aplicada no tratamento da Isquemia (um tipo de falta de circulação sanguínea e de falta de oxigênio que pode causar derrames). A secreção do kambô também possui substâncias com propriedades antibióticas e de fortalecimento do sistema imunológico.

Ayahuasca melhora depressão em estudos brasileiros

Ayahuasca melhora depressão em estudos brasileiros
GABRIEL ALVES
DE SÃO PAULO

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"Tome 150 ml desse chá de folhas chacrona com cipó-mariri uma vez por mês e volte daqui seis meses para avaliação", poderá dizer um médico para seu paciente depressivo no futuro.
Pesquisas desenvolvidas por cientistas da USP de Ribeirão Preto mostram que a bebida ritualística (única maneira de consumo legal no Brasil) conhecida como ayahuasca ou daime tem propriedades antidepressivas e é capaz de agir rapidamente, em poucas horas. Os efeitos duram por pelo menos três semanas.
William Mur/Editoria de Arte/Folhapress
Ayahuasca para tratamento da depressão
Segundo o psiquiatra Jaime Hallak, que lidera os estudos, a ayahuasca tem potencial a ser explorado.
Um estudo publicado em 2014 na "Revista Brasileira de Psiquiatria" que ganhou repercussão internacional mostrou que após a ingestão de um copo (entre 120 e 200 ml, de acordo com o peso da pessoa) do chá, os sintomas de depressão foram reduzidos em média 80%, avaliados com questionários preenchidos pelos pesquisadores.
Hallak diz que os pacientes não foram orientados ou influenciados durante as alucinações produzidas nas primeiras horas após a ingestão.
Em um novo estudo do grupo, ainda não publicado, os cientistas mostram que a ayahuasca age na mesma área do cérebro que os antidepressivos: na região límbica.
O próximo passo, já em andamento, é a realização de um estudo com voluntários divididos aleatoriamente em grupos, sem que ninguém sabe exatamente o que está tomando, para garantir que não é a expectativa de estar tomando a ayahuasca que está causando o efeito.
Para a psiquiatra Ana Cecília Marques, presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas, é preciso ter cuidado com a novidade. O perigo seria o uso da droga fora dos rituais ou do contexto de pesquisa.
"Como não é um antidepressivo tradicional, ainda não sabemos se as substâncias que compõe o chá causam dependência, o que poderia ser um risco bem sério para se assumir. É como os estudos com THC [substância psicoativa da maconha]: todo cuidado é pouco, mas para isso temos a ciência."
Outros estudos já mostraram que a ayahuasca também consegue atenuar sintomas de ansiedade.
Hallak conta à Folha que, com todo esse potencial farmacológico a ser explorado, já existem farmacêuticas interessadas em achar uma formulação na qual os princípios ativos da bebida pudessem ser administrados com mais segurança e menos efeitos colaterais.
Um dos problemas é que a bebida é "suja" e não contem somente os princípios-ativos DMT e THH (veja infográfico).
"Claro que há contaminantes, que podem ser responsáveis pelos efeitos colaterais". Em média 50% das pessoas que bebem o daime têm náuseas e/ou vomitam.

A RELIGIÃO E O CHÁ DE AYAHUASCA


terça-feira, 22 de março de 2016

Ayahuasca Icaro - "The Great Cosmic Lotus of My Soul"‏


Santo Daime: forma polêmica de buscar respostas - Jornal de Brasilia

Santo Daime: forma polêmica de buscar respostas
Há quem critique e defenda o chá. Seguidores explicam a doutrina, que serve para "autoconhecimento"

Carla Rodrigues
carla.rodrigues@jornaldebrasilia.com.br
“Existe o Rian antes e depois da Ayahuasca”. A afirmação é do ator Nizo Neto, em entrevista em que aponta o chá, conhecido como Santo Daime, como um dos fatores responsáveis pela morte do filho Rian Brito, de 25 anos. Segundo a Polícia Civil, porém, trata-se de uma “fatalidade”. Desde então, a família do neto de Chico Anysio reiniciou a discussão em torno da bebida que, por outro lado, é defendida como doutrina espiritual capaz de expandir as fronteiras da mente (leia mais sobre o caso no Saiba mais). 
Após as acusações, que envolveram até a atriz da TV Globo Leona Cavalli – dirigente de uma comunidade de Ayahuasca no Rio de Janeiro –, psiquiatras, psicólogos e especialistas em drogas apontaram os riscos do Daime. Por outro lado, garantem seguidores da doutrina, para ingerir a bebida com a real intenção do autoconhecimento, é necessário preencher   ficha informando, entre outras coisas, histórico de quadro psiquiátrico, remédios (quais), drogas e antidepressivos. 
No DF, são inúmeros seguidores da doutrina. Betto Maia, 58 anos, é um dos dirigentes da Aldeia Amor Lakota, um dos 19 institutos da corrente do Daime no DF. Sua comunidade fica na Cidade Ocidental (GO), e os encontros ocorrem, como na maioria dos locais, aos sábados.
“A gente prefere o sábado porque, normalmente, é o dia de tomar uma cerveja, ir a uma festa ou a um churrasco com amigos. E a nossa proposta é uma mudança de estilo de vida. Não é vir, tomar o chá e ir embora. A ideia é que, a partir do autoconhecimento, a pessoa consiga se livrar de vícios”, justifica Betto. Ele conta que conheceu o Daime em 2002, junto com a esposa e uma amiga. Na época, lembra, tinha seus “preconceitos”.
“A Lúcia (esposa) e a amiga estavam muito mais curiosas do que eu. Eu não queria ir. Fui todo desconfiado”, lembra Betto, coronel aposentado da Polícia Militar, um dos motivos pelos quais não queria tomar o chá. “Eu tinha preconceito com aquilo. Não sabia se era certo. Se eu poderia tomar, entende?”, desabafa. Porém, a mulher e a amiga gostaram da experiência e ele resolveu acompanhá-las outras vezes. Desde então, percebeu que o chá não é “coisa de doidão”.
“Não é só beber o chá e pronto”
Antes de ingerir a bebida, os iniciantes precisam preencher uma ficha. Os cuidados, inclusive, fazem parte do ritual. “Não é chegar aqui, dizer que quer beber o chá e pronto. Os dirigentes sérios tomam cuidado. Se a pessoa quer beber o chá e fumar maconha, para nós, já não pode ficar”, explica o Betto Maia, um dos dirigentes da Aldeia Amor Lakota.
No Brasil, desde 1930
Betto Maia, um dos dirigentes da Aldeia Amor Lakota, instituto da corrente do Daime no Distrito Federal, assim como todos os dirigentes da religião devem fazer, estudou o Ayahuasca, buscou informações e, hoje, explica em detalhes toda a história.
Ele conhece a doutrina desde que surgiu no Brasil, quando o seringueiro Raimundo Irineu Serra cristianizou a bebida, no Acre, em 1930. “O chá é feito a partir da fervura de duas plantas: o cipó jagube, que representa o sagrado do homem, e a chacrona, que representa o sagrado da mulher. O cipó só pode ser manipulado por homens, e a chacrona, por mulheres”, explica Betto, coronel aposentado da Polícia Militar. 
A partir da colheita, começa todo o ritual, que envolve a chamada espiritualidade do chá do Santo Daime. “O Ayahuasca é colhido em oração, transportado em oração, feito em oração e bebido em oração”, salienta outro dirigente do instituto Aldeia Amor Lakota, Darci Feitosa. 
O professor conheceu a bebida em 2007 e, desde então, conta, mudou radicalmente seu estilo de vida. “Antes, minha chácara era um ponto de encontro para churrascos, para beber com amigos. Hoje, ainda com amigos, é um local de oração, de encontro com Deus”, afirma o dirigente. 
“Mundo do sentir”
Darci tem uma chácara, no Jardim Ingá, em Luziânia (GO), voltado apenas para as sessões do Santo Daime. Ele chegou a erguer uma igreja no terreno. Ali, conta, oram e entram em contato com o “mundo do sentir” após beber o chá. 
O professor diz ainda que a doutrina é utilizada por ele para resgatar pessoas viciadas em drogas. “A Ayahuasca é uma ferramenta de ajuda. Eu tenho pessoas que estão aqui que eram assaltantes. Hoje, são distribuidores de cestas básicas. O rapaz que um dia está com arma  e cigarro de maconha na mão, depois de tomar o chá, no outro dia, está com a Bíblia e com a palavra de Deus”, salienta Darci.
Padre passou a compreender Bíblia
Entre os tantos seguidores da doutrina do Ayahuasca no Distrito Federal, há, inclusive, um padre. Antônio Piber conta que chegou até o chá durante uma crise que teve e uma série de questionamentos quanto às palavras que pregava na igreja. 
“Eu compreendi verdades da Bíblia. Compreendi a Virgem Maria. Compreendi o papel dela. Eu compreendi aquilo que o Chico Xavier disse: a hóstia é uma luz que o padre dá, e quem recebe se encaminha para a luz de Deus. E eu celebrava a missa sem ter essa compreensão. É uma experiência difícil de explicar”, lembra o padre. 
Visão do Preto Velho
Em uma das sessões de Ayahuasca, conta Antônio Piber, chegou a ver, inclusive, um Preto Velho. “Eu estava indo ao banheiro e senti que tinha alguém ali e era um trabalho fechado. E essa presença era humana, de verdade. Não era incorporado”, lembra. 
Ele acrescenta que, nesse dia, só havia quatro pessoas no local. “E eu me virei e, então, vi o Preto Velho, o ser de luz. E esse ser de luz se levantou, juntou as mãos e disse: ‘a benção, padre’. E eu concedi a benção. E era um período em que eu estava em crise, repleto de preconceitos. Nesse momento, percebi isso”, salienta o padre Antônio Piber.
“Quantas vezes vocês viram uma baleia rosa voando aqui perto da igreja?”, questiona Betto Maia, um dos dirigentes da Aldeia Amor Lakota, para os outros seguidores da doutrina. 
“Isso seria uma alucinação. Algo que não existe. Quando o padre fez o trabalho, ele viu um Preto Velho. Um questionamento que estava dentro dele”, responde o coronel aposentado, afirmando que o chá do Santo Daime não é um alucinógeno. “Não são alucinações. São verdades, respostas que estão dentro de nós. É como um sonho”, destaca o dirigente Betto Maia.
"Transformação" após entrar para doutrina
Um jovem que participa dos trabalhos da doutrina dá seu testemunho e assegura que se trata de um chá puramente ligado à espiritualidade. “Não é uma droga. Eu estava perdido da minha fé antes e sabia que estava faltando algo. Passei a vida inteira buscando uma coisa que, quando eu cheguei à vida adulta, foi por água abaixo”, revela  Thomas Ribeiro, de 23 anos.
Foi aí que ele, então, começou a usar drogas. “Eu bebia, fumava. E eu não estava bem, não estava feliz. Comecei a questionar Deus. Onde está Deus? E eu me encontrei aqui. As respostas vieram da Ayahuasca, mas estavam dentro de mim”, diz.
Ele e a mulher, Graziela Cruvinel, também de 23 anos, seguem a doutrina há dois anos. Segundo eles, ambos estavam totalmente perdidos antes de tomar o Ayahuasca.
“Minha mãe estava ficando louca comigo. Eu só dava trabalho. Ia para trances, festas. Usava drogas. Agora não. Encontrei Deus dentro de mim. Não sou viciada em nada, vivo bem. Ayahuasca não vicia. Não é uma droga. Ele me traz respostas. Me ajuda a continuar no meu caminho”, fala a jovem, que teve uma filha, hoje com nove meses, com Thomas.
“Não tem risco”
Um dos dirigentes do instituto Aldeia Amor Lakota, Darci Feitosa, também defende que a bebida não é viciante. “Tenho o cipó e a chacrona aqui em casa. Eu tenho Daime à vontade e não tomo fora dos trabalhos. O princípio ativo da Ayahuasca é da DMT (dimetiltriptamina). E o nosso corpo produz a DMT normalmente. Mas tem duas fases na nossa existência em que essa substância é produzida em quantidade maior: quando nascemos e quando morremos. E a quantidade de DMT que tem no chá é de 0,025. Para   ser considerada uma droga, teria de ter cem vezes mais, segundo os padrões internacionais de drogas. Então, não tem risco”, assegura.
Saiba mais
O corpo de Rian Brito, neto de Chico Anysio, foi encontrado, após afogamento, no dia 3 deste mês, no Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, no Rio de Janeiro. Segundo a delegada da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) do Rio de Janeiro, Ellen Souto, o calor aliado ao jejum podem ter causado alucinação em Rian. 
O jovem tinha o hábito de meditar em locais de natureza selvagem e jejuar, o que, segundo seus pais, começou após o uso de Ayahuasca. Após ingerir a bebida, afirmou o pai, ator Nizo Neto, ele começou uma “coisa espiritual”, entrou em um delírio de que tinha uma missão e que, para isso, não podia comer. Segundo ele, o filho comia o mínimo para sobreviver e chegou a pesar 45kg.
Psiquiatras questionam
Na avaliação da psiquiatra da Associação Médica de Brasília (AMBr) Renata Figueiredo, o uso do chá de Santo Daime é questionável. Segundo ela, Ayahuasca é uma combinação de plantas com efeitos psicoativos. Por isso, frequentemente, são relatadas “alucinações, com percepção alterada dos sentidos, alterações do pensamento, concentração, atenção, memória e julgamento; alterações emocionais como êxtase e até mudanças na percepção corporal”, aponta.
A psiquiatra, porém, salienta que não é possível afirmar que o chá fará mal a todos aqueles que o ingerem. “Não se pode, preliminarmente, determinar em quais indivíduos ou mesmo precisar quando esses poderão apresentar algum transtorno psiquiátrico em decorrência do uso das ervas. É certo que a probabilidade de ocorrência aumenta nas pessoas com histórico psiquiátrico ou predispostos geneticamente”, explica.  
Por isso, Renata analisa, “partindo do princípio de que a droga pode desencadear transtornos mentais, inclusive surtos psicóticos em pessoas predispostas geneticamente, podemos afirmar, baseados em pesquisas, que seu uso é problemático”.
Segundo Renata, ao contrário do que afirmam os defensores do uso das plantas para fins medicinais, a Ayahuasca não é recomendável para tratamento da depressão, por exemplo. “É sabido da existência de estudos sobre o tema, mas as pesquisas ainda são incipientes, devendo-se aguardar conclusão científica acerca da eficácia do uso terapêutico da substância, sobretudo da sua segurança”, afirma.
Outra psiquiatra, especialista em dependência química, Helena Moura assegura que o Ayahuasca é um alucinógeno. “É uma categoria mais diversa, com várias substâncias”, afirma. “Os alucinógenos alteram a percepção da realidade. Os nossos cinco sentidos se confundem um com o outro. Isso é a característica principal dos alucinógenos. Essa alteração na capacidade de perceber a realidade”, explica.
Bebida pode causar transtornos
Psiquiatra, especialista em dependência química, Helena Moura salienta que o maior risco na ingestão do chá é justamente a vulnerabilidade de algumas pessoas predispostas a alterações permanentes da mente. 
“Isso pode acabar se prolongando”, afirma. “Ainda que a pessoa não faça uso frequente, as alterações podem persistir. Por ser alucinógeno, o chá pode causar transtornos relacionados ao uso da substância. A psicose é a mais recorrente no caso do Daime”, completa Helena.
Por fim, a psiquiatra destaca que é importante debater o uso do chá de Santo Daime. Segundo ela, “por não ser proibida, a ingestão da bebida gera a sensação de que não tem riscos”. No entanto, aponta, “pode trazer consequências muito graves”.
Saiba mais
A corrente mais famosa do chá de Ayahuasca é conhecida como União do Vegetal (UDV).
O uso religioso do chá foi legalizado no Brasil em 2006. Mas, em 2010, as normas para usar a bebida foram reeditadas. Na época, o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, por meio do Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas (Conad), publicou, no Diário Oficial da União, resolução com regras que regem o uso das plantas.
Crianças também podem ingerir a bebida. Mas, segundo a Resolução do Conad, elas devem estar acompanhadas pelo responsável legal.
 
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
 
 
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1) AGRADECIMENTO A JORNALISTA CARLA RODRIGUES: Graziela Cruvinel Nós que agradecemos pela seriedade e desempenho da equipe. _/ \_ Bom, que todos possam conhecer o lado bom de algo tão sagrado para nós. Infelizmente ainda existem muitos desinformados e julgares por algo desconhecido. Mas sigamos sempre na luz e com muita paciência. Gratidão.



2) AGRADECIMENTO A JORNALISTA CARLA RODRIGUES :Betto Maia Brasília Aalk Ayahuasca Carla todos as linhas tradicionais da Ayahuasca Santo Daime, União do Vegetal, Alto Santo , Barquinha, e as Instituições que seguem suas doutrinas em um trabalho sério, responsável seguindo as Leis brasileiras e as Resoluções do CONAD, todos esses trabalhadores só tem que te parabenizar a vc Carla e a sua equipe que esteve no Instituto Nossa Senhora Aparecida no Jardim Inga pela fiel transcrição do que pudemos e conseguimos te mostrar, apresentar, conversar, relatar. As dificuldades que vc mesma relatou de conseguir pessoas e Institutos que se dispusesse a participar dar depoimento sobre o Chá Ayahuasca, pois não é que não gostamos que temos algo a esconder é que sempre nos procuram nos momentos de dificuldades, nos momentos que reacende as polemicas sobre a utilização ou proibição do Chá Ayahuasca. Durante os períodos que não há manchetes sensacionalistas, não nos procuram para saber, conhecer, mas conhecer de verdade, como é a preparação a responsabilidade a seriedade das pessoas que dirigem os institutos, como é a seriedade, na semana de preparação de um trabalho comungando Ayahuasca. Quais os mecanismos de contato como participante os mecanismos de controle ficha de anamnese entrevista, reunir todos que irão participar do trabalho para novamente ser orientado, informado cientificado da conduta, respeito e seriedade durante as 4 horas que estará participando de um trabalho comungando o Chá Ayahuasca. Enfim Carla todos nós estamos gratos e seremos gratos pela altivez, discernimento, ética e comprometimento que a sua equipe teve em nos acompanhar onde todos sem exceção Padrinho Darci, Padre Antonio Piber, Thomas e a Graziela nos abrimos, nos mostramos como somos e como deve ser todos que recebem a Missão Divina de trabalhar com respeito, seriedade e responsabilidade co o Sagrado Chá Ayahuasca. Todos dizem e tramitem para vc e sua equipe, Muito Obrigado, Gratidão minha Irmã.



RESPOSTA CARLA RODRIGUES : Carla Rodrigues Qnd tenho esse tipo de retorno, sinto que o meu trabalho valeu a pena. Muito obrigado a todos vcs. Por confiarem em nós. Foi um novo aprendizado com certeza. Obrigado.

 



Vivenciando a Luz,
Namastê!  
Lúcia MaiaIzia e Betto MaiaZairon Brasília -DF
♫♪•*"*•“... Instituto Espiritual Xamânico Saint Germain - ...”*"*•
Aldeia Amor Lakota
Aldeia de Luz

♫♪♫♪ALDEIA AMOR LAKOTA - ALDEIA DE LUZ♫♪♫♪♫♪•*"*•“♫♪•*

                              
     

terça-feira, 15 de março de 2016

CRONOLOGIA DA AYAHUASCA/DAIME‏


Ceu da Lua Cheia
CRONOLOGIA DA AYAHUASCA/DAIME
2000 A.C. - Há evidências arqueológicas, através de potes e desenhos, que levam a crer que o uso de um chá, feito da PLANTA MESTRA, era conhecido entre os povos do continente desde pelo menos 2.000 A.C..
Século XIII - O inca Manco Capac funda Cuzco (que significa "O Umbigo do Mundo"), capital do Império e estabelece um Estado Teocrático Absolutista. Não se sabe ao certo se aprendeu com os nativos da floresta ou se introduziu o costume de tomar um misterioso CHÁ, reservado apenas aos nobres de sua corte.
Século XVI - Há relatos de que os espanhóis e portugueses observaram a utilização de bebidas na cultura indígena e recriminaram-na: "quando bêbados, perdem o sentido, porque a bebida é muito poderosa; por meio dela comunicam-se com o demônio, porque eles ficam sem julgamento e apresentam várias alucinações que eles atribuem a um deus que vive dentro destas plantas". (Guerra, 1971). No BRASIL começa para os habitantes nativos do litoral atlântico o GRANDE BALANÇO. A primeira coisa que ocorre é a restrição da LIBERDADE religiosa.
BRASIL COLONIA DE PORTUGAL
1500 - Pedro Álvares Cabral chega ao BRASIL em nome da Igreja Católica Apostólica Romana e inicia a cristianização e a escravização dos povos nativos. No período português do povo brasileiro existiam duas possibilidades: ser livre ou ser escravo, e a liberdade era então somente a do cristão, o que fez surgir o sincretismo religioso.
1533 - Os espanhóis chegam ao Império Inca. Conta a lenda que o inca HUASKAR se refugiou na Floresta Amazônica e levou a receita do misterioso CHÁ. Depois de sua morte, a PLANTA MESTRA passou a ser conhecida como Aya (alma de) Huaskar (chicote), ou seja, Ayahuaska, ou Ayahuasca.
1591 - 1ª visitação da Inquisição no Brasil (BA-PE). Haverá outras em 1618 e 1769. Alguns réus irão para a fogueira em Portugal.
1616 - O uso da Ayahuasca é condenado pela Santa Inquisição.
Século XVII - As missões jesuítas informam a corte portuguesa sobre a existência de "poções diabólicas" feitas pelos índios do Amazonas.
BRASIL IMPÉRIO
1840 - A Harmalina é isolada da planta Peganum Armala em laboratório na Europa.
1849 - O botânico inglês Richard Spruce remete às escondidas para o "Jardim Botânico de Kew" da Inglaterra, mudas de algumas das 11 espécies da SERINGUEIRA. De 1849 a 1864 viajou intensamente através da Amazônia brasileira, venezuelana e equatoriana, para montar um inventário da variedade de espécies de plantas lá encontradas (Schultes and Raffauf, 1992). Spruce fez grande número de descobertas valiosas, incluindo Hevea, os genes da Seringueira e Cinchona, da qual o quinino é derivado e usada pelos nativos da floresta para se fazer bola. Identificou também uma das fontes primárias de uma poderosa destilaria de alucinógenos usada por indíos Mazan e Zaparo, chamada ayahuasca ("vinho das almas " ou "vinho dos mortos", na língua quechua).
1851 - Richard Spruce percorre o Rio Negro no interior do Estado do Amazonas e constata que os nativos Tucanos usam a planta Caapi, que ele classifica como pertencente à ordem das Malpigiáceas e ao gênero das Banisterias.
1858 - Spruce encontra a mesma planta sendo usada na tribo Guahibo, na margem superior do rio Orinoco, na Colômbia e Venezuela e, no mesmo ano, entre os Záparos dos Andes peruanos, que denominavam-na Ayahuasca. Villavincencio é o primeiro a descrever o misterioso chá no Rio Napo, na Amazônia equatoriana.
1886 - Simson's é o primeiro a observar a mistura das plantas na cocção da Ayahuasca.
BRASIL REPÚBLICA
1891 - A REPÚBLICA no Brasil introduz o princípio de separação entre a Igreja e o Estado. O Marechal Deodoro da Fonseca, chefe provisório da República dos Estados Unidos do Brasil, constituído pelo Exército e pela Armada, em nome da Nação, decreta:
Art. 1º - É proibido à autoridade federal, assim como à dos Estados federados, expedir leis, regulamentos ou atos administrativos estabelecendo alguma religião ou vedando-a, e criar diferenças entre os habitantes do Brasil, por motivo de crenças, opiniões filosóficas ou religiosas.
1903 - Ocupação brasileira do território do Acre, que pertencia à Bolívia. Chegam homens vindos dos estados do Ceará e do Maranhão, os soldados da borracha, para a extração do látex. Entram em contato com os nativos.
1902 - O exército de seringueiros de Plácido de Castro toma Xapuri.
1903 - Rebeldes acreanos de Plácido de Castro tomam Puerto Alonso da Bolívia.
1905 - A "telepatina" - outro nome da harmina - é identificada como o "yajé" dos índios (Zerda e Bayon).
1907 - O Marechal Rondon, do Exército Brasileiro, chega às regiões da fronteira amazônica.
1909 - O português António Olívio Rodrigues funda, em 27/6/1909, o Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento, em São Paulo, sob influência do pensamento filosófico Martinista, criado pelo ocultista Papus. A.O.R. Introduz então cursos esotéricos e faz a distribuição de livros sobre ocultismo e astrologia por correspondência, uma novidade para época.
1909 - Rondon conclui a ligação telegráfica do Amazonas (997 km de selva).
1912 - Raimundo Irineu Serra migra para o Acre, vindo do Estado do Maranhão. Lá atua como seringueiro, soldado da Guarda Territorial, e já é conhecido CURADOR.
1913 - Em Brasiléia (fronteira com o Peru), Irineu experimenta a Ayahuasca com nativos.
1915 - Perto de CUSCO, ex-capital do Império Inca, Mestre Irineu recebe do plano astral o seu primeiro ÍCONE, que chama de Hino.
1918 - Irineu Serra é reconhecido pelo xamã peruano Dom Crescêncio Pizango, em uma sessão de Ayahuasca, como sendo o herdeiro do conhecimento do inca Huaskar. Segundo Pizango, Mestre Irineu era a pessoa que estava em condições espirituais de revolucionar a Ayahuasca no mundo.
1920 - Surge a primeira igreja oficial do Santo Daime na cidade de Rio Branco, capital do Acre, no bairro hoje conhecido como Alto Santo.
1931 - A N. N. Dimetiltriptamina (DMT) é sintetizada e identificada como outro alcalóide deste chá.
1934 - A nova Constituição Brasileira declara: Art. 113, prg. 4: É inviolável a liberdade de consciência e de crença e garantido o livre exercício dos cultos religiosos, desde que não contravenham à ordem pública e aos bons costumes. As associações religiosas adquirem personalidade jurídica nos termos da lei civil.
1943 - José Gabriel da Costa, capoeirista, ex-soldado, seringueiro, vem da Bahia para o Acre.
1945 - Daniel Pereira de Matos, músico, poeta e amigo de Mestre Irineu, funda a Capelinha, depois Capelinha de São Francisco e, finalmente, BARQUINHA, no estado do Acre, em Rio Branco.
1955 - A N. N, Dimetiltriptamina (DMT) é identificada como substância natural na planta Piptadenia peregrina (Anadenanthera peregrina).
1957 - Hochstein e Paradies encontram, além de Harmina, a Harmalina e a Tetrahidroharmina na Planta Mestra.
1959 - José Gabriel da Costa encontra a Ayahuasca pelas mãos de um seringueiro chamado Chico Lourenço, em Colocação de Capinzal, na fronteira com a Bolívia.
1961 - José Gabriel da Costa, em Porto Velho, no Estado de Rondônia, funda no dia 22 de julho a UDV - União Do Vegetal - adotando o nome Hoasca para a planta.
1975 - Sebastião Motta registra a entidade religiosa e filantrópica denominada CEFLURIS - Centro Eclético da Fluente Luz Universal Raimundo Irineu Serra, no Estado do Amazonas.
1982 - A Sede Central da UDV sai de Rondônia e se fixa em Brasília.
1985 - O CONFEN, Conselho Federal de Entorpecentes, constitui um grupo multidisciplinar de trabalho com o objetivo de analisar sob o ponto de vista médico-farmacológico, jurídico e social o uso do chá em rituais religiosos.
1987 - O uso da Ayahuasca dentro de contexto religioso começa a ser estudado para futuro reconhecimento no Brasil.
1988 - Na CARTA MAGNA, a Constituição de 5 de outubro de 1988, é mantida a determinação de liberdade religiosa, no artigo 5º.
1991 - As entidades que utilizam o chá assinam a "CARTA de Princípios dos USUÁRIOS", em Brasília.
1992 - O CONFEN, depois de sete anos de pesquisa, por unanimidade de votos de seus integrantes, decide liberar o uso religioso do Chá em todo o território nacional.
2004 - O CONAD em 4/11/2004 emite parecer reconhecendo a legitimidade, juridicamente, do uso religioso da Ayahuasca (Diário Oficial da União, Edição 214, Seção 1, 08/11/2004, pg. 8).
2006 - O Seminário da Ayahuasca em Rio Branco do Acre, organizado pelo CONAD, conta com a presença de inúmeras autoridades e elege o GMT (Grupo Multidisciplinar de Trabalho para os Estudos da Ayahuasca), que por sua vez cumpre a resolução de realizar um cadastro nacional das entidades que fazem uso da Ayahuasca e a confecção do Relatório Final (Documento de Deontologia), que foi assinado em 23 de Novembro.
2010 - O CONAD em 25/01/2010 dá a chancela governamental ao Relatório Final do GMT ao publica-lo na integra em sua Resolução N.1, na página 58 do Diário Oficial da União de N. 17.


segunda-feira, 14 de março de 2016

CASO RIAN Lamento a morte de Rian e expresso minha solidariedade à família.‏Bia Labate

Bia Labate, a maior especialista em ayahuasca no Brasil, manifesta-se sobre o caso Rian.
Bia Labate com Iceers Found e outras 7 pessoas.
CASO RIAN
Lamento a morte de Rian e expresso minha solidariedade à família.
Contudo, é igualmente lamentável ver a mídia repetindo velhos estereótipos sobre a ayahuasca. Escrevi bastante sobre isto na época do Glauco (veja http://bit.ly/1M7LITW,http://bit.ly/1M7LMmDhttp://bit.ly/1Bt9OGK)
Sem pesquisa, ou nenhum tipo de evidência – por exemplo, detalhes sobre em que condições tomou a substância, quantas vezes, qual foi a última vez, se tinha um quadro psiquiátrico prévio, se havia co-morbidade etc --, pulam facilmente para a conclusão de que a ayahuasca teria seria responsável pela morte. Ninguém insinua, por exemplo, que poderiam ser os medicamentos antidepressivos, temporadas isoladas na natureza, período de internação, longos jejuns, ou passagem por João de Deus (coisas que Rian também fez) os responsáveis pela morte. A ayahuasca deve ser, obviamente, a causa.
Sabe-se que a ayahuasca, classificada normalmente na família clássica dos “alucinógenos”, é uma substância forte e poderosa, e pode sim, em determinados casos, envolver reações adversas (assim como outros psicodélicos). Publicamos dois livros que abordam de alguma maneira este assunto: Ayahuasca y Salud (Los Libros de la Liebre de Marzo, 2014) e The Therapeutic Use of Ayahuasca (Springer, 2014). O resultado da pesquisa cientifica é claro: (a) pode sim haver riscos; (b) há inúmeras evidencias de benéficos; (c) os benefícios são muito maiores do que os riscos; (d) o contexto de consumo é fundamental; (e) no Brasil, o uso da ayahuasca ocorre sobretudo em contexto ritual e religioso.
Existe um debate de 25 anos no nosso país a respeito da regulamentação da ayahuasca. A mídia, ao contar histórias como a de Rian, promove um reducionismo ao agir como se nunca tivesse havido uma discussão sobre este tema.
Indo além: ainda que fosse provada uma causalidade entre a morte de Rian e o uso da ayahuasca, a questão da regulamentação ainda se colocaria. Por exemplo, algumas celebridades famosas morreram por conta do uso indevido do álcool. Alguém cogita suprimir a existência do álcool por conta destas tragédias? Não.
A regulamentação do uso da ayahuasca no Brasil é um exemplo de política pública eficaz, que tem influenciado países de todo o mundo. É uma iniciativa única onde o governo se reuniu com praticantes e pesquisadores para chegar a acordos comuns, que funcionassem para todos.
Esta regulamentação poderia ser melhor? Sim, claro. É bom utilizar este triste episódio para pensar concretamente que controles e contextos poderiam ser aprimorados? Sim. Mas a caça as bruxas, o acionar de velhos tabus e estigmas, a associação entre loucura e droga, ou droga e violência, só colabora para atrofiar a realidade existente (uma determinada população que bebe a ayahuasca ou irá beber). Este tipo de mídia faz a discussão voltar para atrás.
Termino compartilhando que realizei pesquisa etnográfica no grupo Porta do Sol em suas origens em São Paulo, retratando-o no meu livro A Reinvenção do Uso da Ayahuasca nos Centros Urbanos (Mercado de Letras, 2014). Minha pesquisa com este grupo é bem antiga, ocorreu entre 1998 e 2000. Atesto que na época encontrei pessoas responsáveis e amáveis, tanto na direção quanto entre os participantes. Não acompanhei de perto os desdobramentos da expansão e diversificação deste grupo.
Antes de vilificar a ayahuasca, como notou um colega, seria importante a mídia destacar a importância de colocar um aviso na praia onde Rian se afogou, pois os moradores da região relataram que o local não é próprio para banho devido à forte correnteza, e não há placa alguma nesta direção.




quinta-feira, 10 de março de 2016

Sobre a segurança do uso da ayahuasca


 
LF TófoliCurtiu
23 h · 
Uma de minhas linhas de pesquisas é sobre a ayahuasca, o “chá do Santo Daime”. Estamos construindo um grande grupo interdisciplinar para investigar o assunto naUNICAMP e fomos aprovados em um financiamento do Ministério da Justiça para investigar o potencial desse chá no tratamento de alcoolismo.
Os tristes acontecimentos que levaram à morte de Rian Brito, filho de Nizo Neto e Brita Brazil e neto de Chico Anysio, reacenderam a discussão sobre os riscos associados ao uso desta substância psicoativa. Assim, achei que seria importante apresentar alguns dados e reflexões sobre alguns aspectos relacionados ao chá.
O primeiro ponto, e o mais importante, é que não se pode minimizar a dor de uma mãe ou de um pai que perde seu filho. Eu me solidarizo com o os sentimentos dos pais de Rian, e compreendo perfeitamente as manifestações deles a partir da triste história que vivenciaram. Ao mesmo tempo, não tenho condições de opinar sobre o caso em si somente com informações de imprensa, então vou tentar resumir algumas informações importantes sobre a ayahuasca que, a meu ver, precisam ser ponderadas neste momento.
No Brasil, o uso de ayahuasca para fins religiosos e rituais, além do científico, é autorizado. Em uma recente pesquisa online inédita com 638 pessoas que beberam o chá, Eduardo Schenberg, Dartiu Xavier da Silveira e eu evidenciamos que a maioria esmagadora (94%) o fez em contexto ritual.
Na resolução do Conselho Nacional de Políticas de Drogas em que o uso ritual é autorizado fica explícito que a comercialização do chá é vedada. A resolução também explicita que pessoas portadoras de transtornos mentais graves não devem beber ayahuasca, e que as religiões ayahuasqueira devem entrevistar previamente os interessados para evitar que isso aconteça.
Tomado esse cuidado, a chance de um evento grave associado ao uso do chá é raro, comparado ao seu uso relativamente frequente. A partir de dados que estudamos na União do Vegetal, religião ayahuasqueira que registra as ocorrências de saúde mental que acontecem em seu âmbito, pudemos verificar que o risco de incidência de um surto psicótico é semelhante ao que é esperado para pessoas da população geral (Lima & Tófoli, 2011). No entanto, é preciso frisar que a UDV (assim como outros grupos ayahuasqueiros responsáveis) faz uma triagem para evitar que pessoas que já tenham tido sintomas psicóticos bebam hoasca, que é como a UDV denomina a ayahuasca.
Outro ponto que deve ser levado em consideração é que a ayahuasca apresenta um potencial terapêutico que vem sido mais recentemente estudado pela ciência biomédica (Bogenschutz e Johnson, 2016), apesar de já ser um achado antigo das ciências sociais (Labate e Araújo, 2004). Mais detalhes sobre este assunto podem ser encontrados no livro 'The Therapeutic Use of Ayahuasca' (Labate e Cavnar, 2014).
Há no momento estudos em diversas fases de andamento para investigar o potencial terapêutico da ayahuasca em pelo menos três transtornos psiquiátricos: depressão, uso problemático de álcool e transtorno do estresse pós-traumático – e eu estou envolvido nos dois primeiros deles. Esperamos em breve poder trazer mais informações sobre isso.
São extremamente frequentes os relatos de pessoas que começaram a frequentar religiões ayahuasqueiras e se livraram do uso problemático de drogas. Também já há evidências de laboratório, com animais, de um efeito terapêutico da ayahuasca para o abuso de álcool (Oliveira-Lima et al, 2015).
Uma das reflexões importantes sobre o episódio é reforçarmos o cuidado com as pessoas que bebem o chá pela primeira vez. Estas devem se seguidas de perto, e na ocasião infrequente de apresentarem sintomas psicóticos como delírios (ideias estranhas que só a pessoa acredita) ou alucinações (ouvir ou ver coisas que outras pessoas não percebem) não devem voltar a beber o chá sem, no mínimo, consultar um profissional de saúde mental, de preferência um psiquiatra.
Eventos desse tipo são bastante raros, e devem ser avaliados diante da liberdade religiosa e dos potenciais benefícios, mas isso não significa que os grupos ayahuasqueiros não devam estar preparados para estas eventualidades.
Assim, não estamos falando somente de uma substância psicodélica com riscos – que sim, existem, como para qualquer substância psicoativa como o álcool ou remédios antidepressivos ou sedativos – mas também de benefícios. Para milhares de pessoas no Brasil, membros de religiões e grupos ayahuasqueiros, a ayahuasca é compreendida como um instrumento de crescimento pessoal e um fato de saúde mental.
Qualquer decisão política sobre o chá não pode ignorar este grande contingente de pessoas (Anderson et al., 2012). Ao mesmo tempo, qualquer discussão que aumente a chance de que as pessoas recebam o chá de mãos responsáveis e cuidadosas é também certamente bem-vinda.
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Referências bibliográficas
ANDERSON, B. T.; LABATE, B. C.; MEYER, M.; et al. Statement on ayahuasca. The International journal on drug policy, v. 23, n. 3, p. 173–5, 2012.
BOGENSCHUTZ, M. P.; JOHNSON, M. W. Classic hallucinogens in the treatment of addictions. Progress in Neuro-Psychopharmacology and Biological Psychiatry, v. 64, p. 250–258, 2016.
LABATE, B. C.; ARAÚJO, W. S. O uso ritual da ayahuasca. Campinas: Mercado de Letras, 2004.
LABATE, B. C.; CAVNAR, C. The therapeutic use of ayahuasca. Heidelberg, Springer Verlag, 2014.
LIMA, F. A. S.; TÓFOLI, L. F. An Epidemiological surveillance System by the UDV: Mental health recommendations concerning the religious use of Hoasca. In: B. C. Labate; H. Jungaberle (Eds.); The Internationalization of Ayahuasca. p.185–189, 2011. Zurich: LIT Verlag.
OLIVEIRA-LIMA, A. J.; SANTOS, R.; HOLLAIS, A. W.; et al. Effects of ayahuasca on the development of ethanol-induced behavioral sensitization and on a post-sensitization treatment in mice. Physiology and Behavior, v. 142, p. 28–36, 2015.