UFPB recebe Simpósio Brasileiro sobre Ayahuasca
03/09/2015 | 08h37min
A Universidade Federal da Paraíba (UFPB), por meio do grupo de pesquisa Sacratum, do Programa de Pós-graduação em Ciências das Religiões, receberá de 21 a 23 de setembro, oSimpósio Brasileiro “Ayahuasca e a Sociedade”. Legalizada para a utilização em rituais religiosos, a Ayahuasca — bebida psicoativa produzida a partir da decocção de duas plantas nativas da Amazônia — tem se tornado cada vez mais objeto de estudo seus possíveis efeitos terapêuticos no tratamento de dependentes químicos.
Segundo o psiquiatra e presidente do Instituto Hermes de Transformação Humana, Dr. Wilson Gonzaga no Brasil, ao menos 28 milhões de pessoas possuem algum familiar que é dependente químico, e cerca de 8 milhões de brasileiros são dependentes de maconha, álcool ou cocaína. “Em setembro de 2014 aconteceu uma Conferência Mundial em Ibiza, na Espanha, com cientistas de aproximadamente de 50 países somente para discutir a utilização da Ayahuasca dentro do contexto terapêutico. Hoje esta discussão atual e oportuna, vem para Paraíba e se faz importante o apoio e a participação de autoridades do mundo acadêmico bem como a todos aqueles que se preocupam e se interessam pela causa da ‘droga dependência’ que tanto vem preocupando a todos os setores da sociedade”, declarou Gonzaga.
Para o professor no Programa de Pós Graduação em Saúde Coletiva na Unisinos (RS), Marcelo Mercante, o uso ritual da ayahuasca tem chamado a atenção pelo seu potencial no processo de recuperação de pessoas que fazem uso abusivo de substâncias psicoativas ou se encontram em situação de dependência. "A ayahuasca já vem sendo utilizada na recuperação de dependentes há pelo menos 20 anos, e milhares de pessoas já foram atendidas. No entanto, a ayahuasca não é uma solução mágica para um problema que tem seu fundo no funcionamento da sociedade. Mas estudos recentes apontam sim para o fato de que esta pode ser uma ferramenta eficaz de transformação do indivíduo e da sociedade”, declarou Mercante.
Tendo em vista este cenário o evento, realizado na capital paraibana, leva a missão de mobilizar a sociedade para a pesquisa e investigação no uso controlado da Ayahuasca como processo terapêutico e espiritual na recuperação de dependentes químicos, além do auxílio na recuperação de outros problemas da saúde mental.
Para a vice-coordenadora do curso em Ciências das Religiões da UFPB, profa. Dra. Suelma Moraes, o debate se faz importante porque é a oportunidade da academia contribuir com pesquisas que promovam na prática o bem da sociedade. “Hoje o mundo científico possui grande interesse nesta substância como uma eficaz possibilidade de ser utilizada como uma ferramenta importante na batalha contra a dependência química, uma pandemia que preocupa o mundo todo”, concluiu Suelma.
O evento, que é gratuito e aberto a comunidade, tem como públicos-alvo: médicos, Psicólogos, Psiquiatras, Terapeutas, Líderes Religiosos, Organizações do Enfrentamento às Drogas, ONGs, além da comunidade acadêmica.
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